Entidades convocam ato neste sábado (29) em defesa do Campus Litoral Norte e contra extinção da Colônia de Férias

ANDES/UFRGS, Assufrgs e DCE convocam, no sábado (29), ato em defesa do Campus Litoral Norte (CLN) e contra o fechamento da Colônia de Férias da UFRGS em Tramandaí. O espaço, que costumava ser usado pelo Campus Litoral Norte (CLN) para atividades de ensino, pesquisa e extensão, foi extinto por ato da Administração Central e teve seu patrimônio transferido à Pró-Reitoria de Inovação e Relações Institucionais (PROIR), criada em reestruturação revogada pelo Conselho Universitário. O ato de sábado integra um conjunto de iniciativas das entidades para reverter mais essa arbitrariedade da Reitoria interventora.

O ANDES/UFRGS e a Assufrgs estão oferecendo transporte de ônibus até a manifestação, marcada para as 9h30, com concentração na Praça da Tainha. Estudantes, docentes e técnicos(as) que quiserem vaga no ônibus devem preencher o formulário aqui. As vagas são limitadas.

Conforme documento assinado por Ludymila Schulz Barroso, Pró-Reitora de Assuntos Estudantis, a transferência do patrimônio realizada em 14 de janeiro serviria para a Sede Tramandaí do Parque Científico e Tecnológico ZENIT. No entanto, o professor Dilermando Cattaneo da Silveira, do Departamento Interdisciplinar do CLN, informa que novo despacho foi incluído no processo, indicando que a beneficiária seria a própria PROIR.

“Face a esse conjunto de práticas da Reitoria, que age sem o conhecimento e sem nenhum diálogo com a comunidade acadêmica, há o receio de que a própria existência do Campus Litoral Norte está em risco, já que não há respeito às decisões dos conselhos superiores e não sabemos quais os interesses por trás desse processo como um todo”, alerta o docente.

Demanda antiga

O espaço da Colônia de Férias é demanda antiga de parte da comunidade do Campus Litoral Norte da UFRGS (CLN), que ainda aguarda o fim das obras de três pavilhões, iniciadas em 2017, e vinha utilizando a área em eventos culturais e acadêmicos. Nos primeiros meses da pandemia, após o fechamento do RU, o local também serviu de base para a entrega de marmitas a estudantes beneficiários.

“Ao longo de 2021, a Direção do Campus percebeu a necessidade de uso da Colônia para fins acadêmicos, já que as obras de ampliação estão paradas desde 2018 e há cursos com funcionamento integralmente no turno da noite que demandam transporte, sendo que as empresas de ônibus não chegam à sede na ERS-030, distante das áreas urbanas de Tramandaí e de Osório”, esclarece Dilermando.

A intenção era usar o pavilhão de alojamentos coletivos como salas de aula, sem descaracterizar o local. “Essa negociação seguia com a Reitoria até o início deste ano, quando toda a universidade foi surpreendida com a ‘descoberta’ de um processo no qual a PROIR solicita à PRAE toda a estrutura e os espaços da Colônia de Férias (já tratada como “ex-colônia” nos documentos)”, comenta.

A pauta foi levada ao Conselho Universitário (Consun), que divulgou moção de repúdio e criou uma comissão especial para analisar o caso. “Além de ter caráter antidemocrático, a decisão afeta negativamente o processo de instalação e consolidação do Campus Litoral Norte (CLN)”, frisa o Consun, solicitando a reversão da medida.

Em sessão do CEPE desta quarta-feira (26), a professora Liane Loder, diretora do CLN, manifestou o descontentamento da unidade com essa “decisão extemporânea e surpreendente”, orientada por “outros motivos que não sejam as prioridades da universidade – o ensino, a pesquisa e a extensão”.