Após mais de três meses de intensa mobilização presencial em Brasília e nos estados, servidoras e servidores públicos encerraram, na quarta-feira (15), a jornada de lutas contra a PEC 32 em 2021. Graças à pressão do Fonasefe, ANDES-SN e demais entidades, com apoio das centrais sindicais, a Proposta de Emenda Constitucional, conhecida como Contrarreforma Administrativa, foi várias vezes retirada de pauta pelo governo, que viu seu projeto de destruição dos serviços públicos perder a força no Congresso.
As atividades, que representaram uma das maiores mobilizações já realizadas contra o governo Bolsonaro, foram organizadas não somente para pressionar os parlamentares a votarem contra a matéria, como para dialogar com a comunidade sobre seus pontos nefastos que afetam toda a população brasileira. A programação incluiu visitas a gabinetes, vigílias no aeroporto, atos em frente aos Ministérios da Economia e da Educação e ao Anexo II da Câmara dos Deputados, além de uma manifestação em frente à casa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que passou grande parte do ano tentando emplacar a reforma.
O ANDES/UFRGS participou da campanha promovendo outdoors com o slogan “Deputado que vota contra os serviços públicos, não volta”, divulgando materiais nas redes sociais, produzidos pela Regional RS do ANDES-SN, mobilizando para atos de rua em Porto Alegre, e participando das mobilizações em Brasília, em setembro e outubro.
“O povo está contra esta PEC que acaba com os serviços públicos, a Saúde e a Educação em nosso país e que ataca violentamente a estrutura administrativa do estado prejudicando os servidores públicos”, afirma o dirigente da CSP-Conlutas Paulo Barela.
Recesso parlamentar
Com a Câmara prestes a encerrar os trabalhos em 2021, é pouco provável que a matéria volte à pauta este ano, mas isso não significa que a ameaça tenha desaparecido. Portanto, servidores e centrais sindicais permanecerão atentos até que a PEC 32 seja deposta em definitivo.
“Então sim, somos vitoriosas e vitoriosos, mas não podemos descuidar. A PEC 32 não foi derrubada. Ela não foi pautada para votação. Após o recesso, estaremos novamente lá para garantir que, se for pautada, não será aprovada.” declara Celeste Pereira, secretária da ADUFPel-SSind.