Consun aprova paridade por setores no processo de escolha de reitor(a) da UFRGS

Em uma decisão histórica, o Conselho Universitário da UFRGS (Consun) aprovou, nesta sexta-feira (23), a paridade por setores no processo de escolha de reitor(a) da Universidade.

O formato, já usado em diversas universidades federais do país, foi aprovado pelo Conselho por 66 votos a favor e 04 abstenções. Conforme parecer da Comissão Especial designada para apresentar a proposta, a partir das próximas eleições, a UFRGS realizará uma consulta de caráter informal junto à comunidade universitária, cujos votos de estudantes, docentes e Técnicos(as) terão o mesmo peso. Até então, a divisão era 70% para professores(as), 15% para discentes e 15% para técnicos(as).

Bandeira histórica

A luta pela paridade é uma bandeira do ANDES-SN desde 1981, assim como a defesa de que o processo eletivo seja encerrado no âmbito da instituição. “Hoje é um dia de festa em nossa universidade. Mesmo com algumas décadas de atraso. O conselho universitário ouviu o clamor da comunidade e aprovou, sem tergiversar em redutores, a paridade. Certamente, inauguramos um novo tempo na nossa universidade, com aprofundamento da democracia”, celebra Guilherme Dornelas Camara, presidente do ANDES/UFRGS.

“A UFRGS é uma das últimas instituições federais de ensino superior com uma lógica de votação elitista e retrógrada a dar esse passo para se livrar do entulho autoritário que herdou do passado”, lembrou carta aberta da Seção Sindical publicada na véspera da sessão do Consun.

Fora interventores

Para a próxima sessão do Consun, no dia 1º, está pautada a destituição da Reitoria interventora, mais uma luta da comunidade da UFRGS desde a posse arbitrária de Carlos Bulhões e Patrícia Pranke,  nomeados por Bolsonaro em setembro de 2020. No decorrer dos próximos dias, divulgaremos a agenda de mobilização sobre o tema.