Em assembleia geral docente realizada na segunda-feira (25), os participantes aprovaram indicativo de estado de alerta em resposta aos diversos ataques que vêm sendo praticados pelo governo federal contra a educação, os serviços públicos e os servidores. A proposta prevê que mesmo no período das férias os docentes estejam mobilizados para entrar em estado de greve e será levada à reunião nacional da entidade, com representantes dos docentes das instituições federais, estaduais e municipais, que acontece na próxima quarta-feira (04), em Brasília.
Os docentes também aprovaram moção de solidariedade à paralisação dos técnico-administrativos, nos dias 26 e 27 de novembro, em defesa da carreira e contra o pacote de Bolsonaro, e avaliaram que a mobilização dos educadores estaduais é muito importante, definindo pela participação no ato unificado dos servidores estaduais da terça-feira passada (26), assim como a intenção de construir paralisação na UFRGS em solidariedade ao Cpers.
Caderno de textos do Congresso do 39º ANDES-SN
A assembleia docente aprovou, ainda, um texto sobre a megamineração para o caderno de anexos do 39º Congresso do ANDES, que será realizado de 4 a 8 de fevereiro em São Paulo. O evento, instância máxima de deliberação da categoria filiada ao Sindicato Nacional, terá como tema central “Por liberdades democráticas, autonomia universitária e em defesa da educação pública e gratuita”.
Ato unificado e greve de educadores e servidores estaduais
Na terça-feira (26), o ato unificado, que começou com assembleia do Cpers Sindicato na Praça da Matriz, contou com a participação de mais de 15 mil pessoas, conforme estimativas do Sindicato. O comando de greve dos educadores dirigiu-se ao Palácio Piratini para entregar um documento ao governo do Estado pedindo a retomada do diálogo e a retirada do pacote de reforma administrativa que faz mudanças no plano de carreira dos professores. Enquanto os militantes reivindicavam entrar no Palácio para entregar o documento, houve confusão, e policiais militares utilizaram spray de pimenta e golpes de cassetete contra a multidão. Entre os agredidos, estavam a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, ferida na cabeça, e várias lideranças da categoria.
O ANDES/UFRGS repudia a intransigência do governo estadual e a violência policial usada contra os manifestantes e se solidariza com os educadores e servidores, em apoio à greve, em defesa dos direitos e da educação pública.
A pauta aprovada pelos docentes estaduais prevê realização de “passeatas luminosas” em todas as cidades nesta quinta-feira (28) como uma forma de “abraçar a escola pública”. Para sexta-feira (29), o Cpers prepara a realização da mostra pedagógica do sindicato, mais uma vez na Praça da Matriz. Da mesma forma, foi aprovada a adesão a manifestações convocadas por outras categorias do funcionalismo estadual para a próxima semana e a realização de um ato, ainda sem data definida, em Pelotas, cidade do governador Eduardo Leite.
A direção do Sindicato também informou que entrou com um recurso na Justiça para tentar derrubar a decisão anunciada pelo governador na última sexta-feira (22) de cortar o ponto e descontar os salários dos professores que aderiram ao movimento.
Nesta quinta-feira (28), acontecem no final da tarde Passeatas Iluminadas, em todo o estado. Em Porto Alegre, a caminhada vai do Instituto de Educação General Flores da Cunha até o Largo Zumbi dos Palmares.