ANDES/UFRGS participa de reunião sobre saúde e segurança na Universidade

O ANDES/UFRGS participou, no dia 6 de setembro, de reunião promovida pelo CONSSAT (Conselho das Comissões de Saúde e Ambiente de Trabalho da UFRGS) e COSATs (Comissão de Saúde e Ambiente de Trabalho) do Campus do Vale para debater questões sobre Saúde e Segurança na Universidade.

Cerca de 50 pessoas participaram da conversa, durante a qual foram apresentadas as iniciativas do CONSSAT relativas aos problemas de estrutura e atendimento no Campus do Vale, que concentra quase 50% de todas as unidades da UFRGS. “Foram apresentadas informações sobre riscos, procedimentos e demandas em relação ao tema”, relata a professora Beatriz Gil, diretora da Seção Sindical.

Um dos principais objetivos do encontro foi impulsionar o Projeto do Ambulatório de Primeiro Atendimento no Vale, “para o atendimento de uma Comunidade Universitária de mais de 25.000 pessoas em processos acadêmicos de Ensino, Pesquisa e Extensão”, explica a proposta, que está em análise pela Administração Central.

O documento, elaborado a partir de ampla pesquisa realizada pelas COSATs, aponta, por exemplo, questões que podem levar a acidentes com lesões, incluindo ralos expostos, escadas sem sinalização e com trincas, passarelas e corredores com riscos estruturais, saídas de emergências inadequadas, inexistência de hidrantes em condições operacionais e inexistência de bacias de contenção de segurança em ambientes com tóxicos, combustíveis e outros reagentes perigosos.

“Quanto aos ambientes das edificações, constatou-se que em maioria não possuem Habite-se e nem a Licença Técnica de Inspeção Predial, requisitos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, tampouco Plano de Prevenção e Combate a Incêndio, requisito do Estado do RS, além de não atender a Norma ABNT-NBR14037/98, que trata do Manual de Operação, Uso e Manutenção da Edificação”, informa o projeto, indicando, também, que “as Manutenções Prediais não atendem aos procedimentos prescritos no Manual de Edificações – Norma ABNTNBR 5674/1999”.

Falta de estrutura

Campus da UFRGS mais afastado das regiões centrais, o Vale é o que concentra o maior número de unidades acadêmicas, somando 14. “Milhares de pessoas circulam pelo espaço, e ninguém sabe como proceder em caso de acidente. Não há local para atendimento nem orientação em relação ao que fazer se alguém passar mal”, comenta Beatriz.

“Temos um problema histórico, que vem de Reitorias anteriores, que decididamente não se preocupam com um planejamento em médio e longo prazo no que se refere ao espaço físico e questões da saúde da comunidade. Isso se agravou na pandemia, e mais ainda hoje, com uma Reitoria interventora que dá as costas para condições de trabalho, estudo e segurança”, lamenta a professora.

Nesse contexto, o projeto traçou definições primárias para as funções e atribuições necessárias ao Primeiro Atendimento no Ambulatório do Campus do Vale: Atendimento Médico do Trabalho, Atendimento Médico Clínico, Atendimento de Enfermagem, Atendimento Odontológico, Atendimento de Urgência e Emergência, Psicologia e Serviço Social e Medicina Ocupacional.

“Há necessidade, alinhada aos objetivos buscados, de considerar que o Ambulatório de Primeiro Atendimento do Campus do Vale terá necessidades associadas à logística para garantir suas funções, como o transporte de pacientes em emergências, atendimento a processos internos, a armazenagem e a correta estocagem de medicamentos, disponibilidade de atendimento, manutenção da estrutura clínica e dos equipamentos e para a dispensa dos resíduos de saúde gerados, entre outras”, completa o documento.

“A tentativa de tomar providências para melhorias é importantíssima, ainda mais considerando a situação de abandono do local depois da pandemia e com a diminuição de verbas para manutenção mínima da estrutura física nos últimos anos. No entanto, se a Reitoria não levar adiante essas iniciativas, os projetos não vão sair do papel e os problemas só se agravarão”, alerta a diretora do ANDES/UFRGS.

A partir dos encaminhamentos da reunião, novo debate deverá ser feito no Campus Central, desta vez abordando também a questão da saúde mental.