Com previsão de início no dia 14 de junho de 2021, a vacinação contra Covid-19 para docentes, técnico-administrativos e terceirizados da UFRGS será concentrada no estacionamento da Escola de Enfermagem, localizada no Campus Saúde – inclusive para servidores e servidoras que têm lotação e exercício em outros municípios. As doses serão aplicadas, também via drive-thru, das 9h às 17h. Docentes da carreira EBTT já tiveram acesso à primeira dose de vacina na semana passada.
A informação da vacinação foi dada oficialmente aos diretores de unidade na última sexta-feira (3). Na comunicação, a Administração Central dá o prazo da próxima quarta-feira (9) para que os Diretores preencham uma planilha com a informação dos servidores lotados em cada unidade: “Observamos que deverão ser inseridos na planilha todos os servidores das unidades que tiverem vínculo ativo com a UFRGS, independentemente de estarem cedidos, com exercício interno ou externo à universidade”, especifica o ofício 31/PROIR/2021 que haverá “quantitativo de vacinas para contemplar a totalidade dos funcionários terceirizados que prestam serviço na Universidade, cuja responsabilidade do envio das informações recairá aos cuidados da Sugesp”.
Vacina, sim! Intervenção, não!
A expectativa de que a vacinação de trabalhadores da educação superior acontecesse em breve era grande. No caso da UFRGS, a informação foi confirmada na quarta-feira (3), em ofício da PROIR (Pró-Reitoria interventora de Inovação e Relações Institucionais). É curioso que o documento que trata da imunização na Universidade não tenha sido encaminhado pelo Comitê Covid UFRGS, órgão técnico responsável pelas ações e decisões relacionadas à pandemia na instituição, mas pela uma Pró-Reitoria que não tem essa atribuição e que, do ponto de vista legal, não existe – sua criação foi desautorizada pelo Conselho Universitário.
Ainda não está claro como será organizado o cronograma de imunização na Universidade ou em quantos dias a comunidade poderá ser vacinada.
“Todos vibramos com a chegada da vacina para servidores e terceirizados da UFRGS. Essa é uma ação necessária, que avança na imunização de nossa comunidade. No entanto, a reitoria interventora usa a vacina para tentar legitimar a desobediência ao Consun. Fazendo isso, ela também desrespeita o Comitê Covid, que é quem deveria conduzir o processo na Universidade, dada a sua capacidade técnica e representatividade”, avalia o professor Guilherme Dornelas, da diretoria do ANDES/UFRGS. Serão de 5 a 6 dias de vacinação, que contemplam, ainda, estudantes de pós-doutorado em trabalho presencial.
O ANDES/UFRGS incentiva as e os docentes a se vacinarem, protegendo a si, aos familiares e contribuindo para a redução da contaminação na sociedade. Esperamos que a vacina logo esteja disponível para toda a comunidade universitária e a população em geral.
Vacina de trabalhadores da educação não é suficiente para volta às aulas presenciais
Em Nota Técnica divulgada em 2 de junho, a Assessoria Jurídica Nacional do ANDES-SN afirma que “a simples vacinação dos professores […] é apenas uma medida mitigadora da mortalidade, o que não anula a relevância de políticas sanitárias que assegurem um ambiente escolar menos danoso à saúde dos alunos, professores, demais profissionais do sistema educacional e de todos aqueles que orbitam a sua vida, incluindo seus próprios familiares”.
De acordo com os advogados, “é por esse motivo que imersivas lutas têm sido empregadas no sentido de garantir um amplo plano de vacinação que envolva não só professores, mas toda a comunidade escolar, inclusos os alunos, o que por si só, justificaria a decisão de não retornar às salas uma vez não constatados estes condicionantes”.
O documento cita o Plano de Operacionalização de Imunização das vacinas, no qual consta “Considerando a transmissibilidade da covid-19 (R0 entre 2,5 e 3), cerca de 60 a 70% da população precisaria estar imune (assumindo uma população com interação homogênea) para interromper a circulação do vírus. Desta forma seria necessária a vacinação de 70% ou mais da população para eliminação da doença, a depender da efetividade da vacina em prevenir a transmissão”. Em razão disso, frisou que diante da indisponibilidade de vacina, o objetivo principal passa a ser focado na redução da mortalidade causada pela covid-19, bem como a proteção da força de trabalho.