Universidades seguem desenvolvendo tecnologias de combate à pandemia

A contribuição de universidades no combate à pandemia de Covid-19 no Brasil segue crescendo e gerando resultados significativos. Com a perspectiva do aumento da contaminação nas próximas duas semanas, por exemplo, diversas universidades públicas e comunitárias trabalham na produção de equipamentos de segurança, hospitalares, medicamentos e dados para auxiliar o trabalho de profissionais da saúde e órgãos públicos.

Iniciativas como essas são vistas em todo o Brasil. “A gente aqui da UFRGS viu a possibilidade de ajudar. A Escola de Engenharia e Faculdade de Arquitetura abriram alguns laboratórios e começaram produzir um dos EPIs necessários, que é protetor facial”, afirma a professora e pesquisadora do curso Design da UFRGS, Cinthia Kulpa, que compõe a equipe de voluntários que está desenvolvendo protetores faciais para hospitais de Porto Alegre. Na Universidade, diversos laboratórios estão produzindo, desde 24 de março, máscaras de proteção para profissionais da linha de frente de atendimento.

Em outro braço do combate à pandemia, um Comitê Científico de Apoio foi criado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS para ajudar a embasar decisões do governo estadual.  “Desde o início de janeiro, os gestores públicos, e a população, têm recebido uma quantidade enorme de informações. Muitas delas são originadas de resultados científicos e análises e inferências sobre dados, mas também há informações incompletas, distorcidas e falsas”, explica Luciana Buriol, professora do Instituto de Informática da UFRGS, que integra o grupo ao lado de outros 36 pesquisadores.

“A comunidade científica desempenha a função de selecionar evidências, analisá-las criticamente e propor alternativas que visem o melhor resultado na perspectiva da sociedade”, acrescenta Mariur Beghetto,  docente da Escola de Enfermagem, lembrando que o papel dos pesquisadores é, a partir de dados científicos, gerar materiais que sejam compreensíveis pela população.

Outro projeto promissor é um aplicativo para acompanhamento do número de casos de Covid-19 em Porto Alegre, por unidade de notificação desenvolvido no Departamento de Estatística da UFRGS. Além de permitir acompanhar quantos casos foram notificados em cada unidade de saúde, laboratório ou hospital e filtrar dados por data,  o Dados Covid-19 POA também mostra o número de leitos de UTI e de emergência ocupados, adultos e infantis, facilitando a tomada de decisão pelos profissionais envolvidos em gestão e atendimento.

“Todos na UFRGS estamos mobilizados para oferecer soluções que possam reduzir os efeitos da pandemia”, conta a professora Márcia Barbian, informando que usuários podem sugerir melhorias no aplicativo, e que a ideia é seguir incrementando a ferramenta.

Além das pesquisas, os hospitais universitários vão atender a população infectada em todo o país, disponibilizando leitos para pessoas que estiverem em situação grave e necessitarem de internação. 

Automação para otimizar trabalho de equipes da Saúde

Na UPF, engenheiros voluntários desenvolveram um protótipo de respirador que substitui as mãos de enfermeiros ou técnicos no uso de equipamento manual, que deve custar 16 vezes menos do que o modelo convencional.

O aparelho foi criado no laboratório de Núcleo de Eletrônica do curso de Engenharia Elétrica da instituição, com a participação de 13 profissionais. “Os respiradores manuais são de fácil aquisição, mas o que desenvolvemos é a automação da mão de um enfermeiro ou profissional da saúde. Assim, o enfermeiro não precisa ventilar a pessoa e substitui essa tarefa por outra em um momento de crise”, explica Adriano Toazza, professor de engenharia elétrica da UPF, em reportagem do portal Gaúcha ZH.

Leia aqui reportagem do site ANDES/UFRGS com outras incitavas de universidades gaúchas para combate à pandemia de covid-19.