Em assembleia geral realizada nesta terça-feira (21), os servidores estaduais representados por Sintergs (Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Sul), Sindsepe (Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul) e Sindicaixa (que congrega os trabalhadores da extinta Caixa Econômica Estadual) decidiram retomar a greve a partir da próxima segunda-feira (27), véspera da convocação extraordinária da Assembleia Legislativa que deverá analisar os projetos do pacote de Eduardo Leite para alterar as carreiras. Os nove projetos protocolados na quarta-feira (22) serão apreciados de terça (28) a sexta-feira (31).
A agenda de mobilização será iniciada com ato unificado de várias categorias na Praça da Matriz, em frente à Assembleia, a partir das 10h do dia 28. Também haverá vigília no local até o fim da convocação.
A paralisação será mantida enquanto os deputados estiverem analisando as matérias, que acabam com o plano de carreira dos servidores e precarizam ainda mais os serviços públicos no Estado.
Movimento heroico
Para o presidente do Sintergs, Antonio Augusto Medeiros, o movimento tem sido heroico e conquistou avanços que incluem o adiamento da votação e a unidade entre os sindicatos. “Perdemos o medo de nos mobilizar. As ameaças e pressões das chefias não esmoreceram a nossa luta, que não termina com aprovação ou rejeição do pacote. Teremos muitos embates pela frente com esse governo liberal e que tem como meta entregar o que é público a seus amigos”, afirmou.
“Estamos construindo a resistência contra a pior época pela qual estamos passando. É infinitamente pior do que tudo que já vimos. O governador patrola e mente para a população. A diferença só virá com a nossa mobilização e organização”, acrescentou a presidente do Sindsepe, Diva da Costa.
O presidente do Sindicaixa, Érico Corrêa, alertou que o verdadeiro objetivo do governo não é acabar com as carreiras dos servidores. “No fundo ele quer terminar com a Corsan, com o Banrisul. Quer entregar o Estado para as empresas que financiaram a sua campanha. Não é só retirar triênio. Leite é um quadro formado pela direita, tem liderança e capacidade de articulação para cumprir seu serviço sujo.”
No final da assembleia, os servidores do Sintergs aprovaram a constituição de um fundo de greve com contribuição adicional de 0,1% sobre o salário básico dos associados. Isso dará, em média, um acréscimo de R$ 3 por mensalidade, formando um fundo a ser utilizado para ações de mobilização e de garantia de direitos – que não poderá ser usado para custeio da administração sindical ou outra despesa qualquer.
Os educadores estaduais, que encerraram a greve no dia 14 de janeiro, já haviam deliberado por integrar a paralisação. A categoria, que protocolou ofício em todos os 55 gabinetes de deputados ratificando a posição pela retirada do pacote ou sua rejeição, também marcou protestos para segunda-feira (27) na Praça da Matriz, e deve parar nos dias de votação. Lembramos que o CPERS tem uma campanha de arrecadação de donativos para professores da rede estadual que enfrentam dificuldades financeiras em razão do corte de ponto. Para contribuir com sua doação, veja as informações abaixo:
A Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS apoia a greve dos servidores estaduais contra os pacotes do governo Leite e convida todas e todos a se somarem à mobilização convocada a partir da terça-feira (28) em frente à Assembleia Legislativa.