Na noite desta segunda-feira (6), aconteceu o segundo debate entre as chapas que concorrem à Reitoria da UFRGS. Em processos anteriores, os debates foram realizados nos auditórios nos campi da Universidade; neste ano, em função da pandemia de Covid-19, são virtuais, com transmissão simultânea pela UFRGS TV. Participaram do debate os candidatos a reitor e vice-reitor da chapa 1, professores Carlos André Bulhões e Patrícia Pranke; Rui Oppermann e Jane Tutikian, que buscam a recondução pela chapa 2; e as professoras Karla Müller e Claudia Wasserman, pela chapa 3.
No primeiro bloco, os candidatos apresentaram suas propostas. No segundo e no terceiro blocos, responderam às questões trazidas pelas entidades representativas dos segmentos da comunidade universitária. Além das perguntas da Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS, foram lidos questionamentos elaborados pelo Diretório Central dos Estudantes da UFRGS (DCE), pela Associação de Pós-Graduandos da UFRGS (APG), pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação (Assufrgs), pela Seção Sindical dos Técnicos de Nível Superior (Atens) e pelo Sindicato Municipal de Docentes do Ensino Superior de Porto Alegre (Adufrgs). No quarto bloco, as chapas fizeram suas falas finais.
Com o acirramento da disputa pela administração central e a aproximação da consulta eletrônica à comunidade, que ocorre na segunda-feira (13), o clima da discussão foi tenso, com críticas e algumas acusações mútuas. As propostas de cada chapa, entretanto, não foram detalhadas e as respostas às questões dos sindicatos foram vagas e genéricas. Assista ao debate aqui.
Contratações e concursos paralisados
A primeira pergunta feita pelo ANDES/UFRGS abordou a contratação de docentes: “Desde janeiro, contratação de docentes substitutos(as), nomeações e concursos foram vetados pelo Ministério da Educação. Se eleitos(as), como pretendem lidar com esses vetos?”
Em sua resposta, a Chapa 1 afirmou que, em um eventual mandato, irá reestruturar a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progesp) e garantirá o cumprimento da legislação vigente sobre pessoal, especialmente em relações a progressões e promoções de docentes.
A Chapa 2 alegou que a limitação à contratação decorre da falta de recursos, decorrente das restrições orçamentárias, e que pretende atuar junto aos Ministérios da Economia e da Educação para que entendam o grau de essencialidade de algumas contratações de docentes e técnicos.
Por sua vez, a Chapa 3, disse que, caso seja escolhida, buscará garantir todas as contratações em aberto e propõe uma campanha de mobilização da opinião pública, junto outras entidades como a Associação de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e do Fórum Nacional de Pró-reitores de Gestão de Pessoas (Forgepe).
Ensino Remoto Emergencial na UFRGS
Como não poderia deixar de ser, o Ensino Remoto Emergencial (ERE) foi um dos temas abordados. O assunto foi trazido em pergunta feita pelo ANDES/UFRGS: “No Ensino Remoto Emergencial, docentes são constrangidos a preparar e ministrar aulas no seu espaço doméstico, usando equipamentos pessoais, acessos de banda larga e dados, em condições frequentemente inadequadas do ponto de vista técnico e da saúde do trabalhador. Se eleitos(as), que medidas pretendem tomar para enfrentar essa precarização?”
A Chapa 1 afirmou que é fundamental concluir o semestre e dar atendimento psicológico a alunos e professores. O retorno às atividades presenciais deverá ser gradual, gerando o menor prejuízo possível e evitando práticas precipitadas.
A Chapa 2 defendeu o projeto de ERE que tem sido elaborado na atual administração e declarou confiar em como os professores vão trabalhar para a manutenção da prática docente da UFRGS.
A Chapa 3 apontou as incertezas vividas e, também, destacou a qualidade do corpo docente que será responsável e não deixará o barco à deriva.
Nenhuma das três chapas apresentou propostas claras sobre a condução e coordenação dos esforços dos departamentos, cursos e programas de pós-graduação, se porventura o ERE for deliberado na UFRGS. Elementos como a disponibilidade de suporte tecnológico; o fortalecimento das estruturas informacionais disponíveis, como os ambientes virtuais de aprendizagem Moodle e Rooda e a plataforma MConf; e iniciativas que aliviem a sobrecarga de trabalho docente e o uso de equipamentos e insumos a cargo dos professores em seus lares.
Terceiro debate e entrevistas do ANDES/UFRGS
O terceiro e último debate promovido pela Comissão de Consulta acontecerá nesta sexta-feira (10), às 19h, e pode ser acompanhado através de link que será enviado tempestivamente. Nesta terça-feira (7), a Assufrgs promove mais uma oportunidade para as chapas detalharem suas propostas. A iniciativa acontece às 20h, e a transmissão ao vivo pode ser acompanhada aqui.
O boletim InformANDES na UFRGS e o podcast Voz Docente desta quinta-feira (9) trarão entrevistas com as três chapas que concorrem à Reitoria. Acompanhe!