O 41º Congresso do ANDES-SN, que começou na segunda-feira (6), encerra-se nesta sexta-feira (10) com deliberações importantes para a “defesa da educação pública e pela garantia de todos os direitos da classe trabalhadora”. Acompanhe, abaixo, relato da delegação do ANDES/UFRGS, composta pelos professores Guilherme Dornelas Camara, Laura Souza Fonseca e Loiva Mara de Oliveira Machado, sobre o evento.
O 41° Congresso do ANDES-SN, que tem como tema: “Em defesa da educação pública e garantia dos direitos da classe trabalhadora”, está sendo uma experiência incrível que tem possibilitado trocas, aprendizados e processos coletivos dentro da diversidade que nos constitui enquanto docentes.
Somos 608 docentes congressistas vindas/os de todas as regiões do país. A Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco/AC, e a ADUFAC vêm nos acolhendo de forma calorosa, simples e cuidadosa por meio das equipes de trabalho organizadas para o 41º Congresso e dos serviços de alimentação, hospedagem e transporte na cidade.
Experimentamos o clima da floresta, o colorido das flores, sabores do açaí, do tacacá e tantos outros e as riquezas ancestrais compartilhadas pelos povos desse território. A ADUFAC, enquanto seção de base, nos brindou com uma acolhida em sua sede.
O primeiro dia do Congresso (06) foi marcado pela plenária de abertura, com uma importante participação de duas potentes mulheres, uma líder seringueira de Xapuri e outra liderança indígena acreana. Estavam presentes, também, um sindicalista dirigente da CSP-Conlutas, representantes da UFAC, da ADUFAC, uma estudante do Movimento pela Universidade Popular e outros movimentos sociais do campo e da cidade.
Foi especialmente marcante na abertura estar em um Estado amazônico e com uma representatividade diversa que nos faz lembrar que a nossa luta enquanto docentes precisa estar ombro a ombro com tantas outras categorias e movimentos.
O momento também oportunizou o lançamento do nº 71 da Revista Universidade e Sociedade, que tem como pauta a defesa da educação aos ataques neoliberais. E, na sequência, a plenária de instalação com leitura, debate a aprovação do regimento do Congresso.
A análise de conjuntura apontou para o contexto das lutas que precisamos travar. Os gritos de “Sem Anistia!!” ecoaram pela plenária, face aos ataques golpistas de 8 de janeiro.
A tarde também foi marcada pela manifestação de homens contra a violência e feminicídio que tem se acirrado em todo o país. O ato fez memória ao feminicídio da estudante Janaína da Silva Bezerra, na UFPI. Não podemos nos calar!
Destacamos, neste contexto, a urgência de um Revogaço, a abertura da mesa de negociação coletiva com as/os servidoras/es públicos, a articulação do ANDES-SN com outros coletivos da classe trabalhadora, dentre os outros elementos trazidos, os quais foram suporte para a discussão nos grupos mistos, que aconteceram no segundo e terceiro dia do Congresso.
Destacamos nos dias 07 (os três turnos) e dia 08 de fevereiro pela manhã a realização de grupos mistos organizados em 14 espaços, os quais possibilitaram um debate profícuo sobre Planos de Lutas dos Setores; Plano Geral de Lutas; Questões Organizativas e Financeiras.
A plenária sobre o tema II, que ocupou a tarde de 08/02 e manhã e tarde de 09/02, foi marcada pela discussão do Plano de Lutas dos Setores, no qual foi deliberado, entre outros pontos, por: reforçar junto ao Fonasefe e Fonacate a campanha salarial com reajuste de todas/os servidoras/res públicas/os exigindo negociação com o Governo a partir alguns eixos como: recomposição EMERGENCIAL IMEDIATA das perdas salariais decorrentes da corrosão inflacionária, tomando como base o índice de 26,94%; recuperação das perdas salariais históricas; política salarial permanente com valorização do salário-base e a incorporação das gratificações. E, no âmbito dos IFES, priorizar e intensificar a luta, em articulação com demais entidades da educação pela recomposição orçamentária da educação pública federal.
Na quinta-feira, o final dos trabalhos da manhã foi marcado por uma manifestação antirracista, com a participação do coletivo de professoras/res – Negras e Negros do ANDES-SN.
Palavras de ordem como: racismo é crime; racismo mata; cotas na universidade pública; não há democracia com racismo; e cotas no processo eleitoral do ANDES-SN mobilizaram a plenária, com o lema: “Povo Negro vivo, é povo negro forte; que não teme a luta, que não teme a morte!”.
As/es/os delegadas/es/os são eleitas/es/os a partir de teses debatidas em assembleias de base, sendo esse o conteúdo votado e que constrói a política e o plano de lutas do sindicato para o ano de 2023.
No desenvolvimento das atividades fomos observando manifestações e posicionamentos dos participantes de forma independente ou por meio da expressão de coletivos que integram o sindicato: ANDES de Luta e pela Base (ALB), Rosa Luxemburgo, Coletivo Andes em Luta (CAEL), Graúna e Contraponto. Alguns destes coletivos trabalharam na difusão de seus objetivos e bandeiras de luta, por meio da distribuição de materiais informativos o que deverá ter repercussões no processo eleitoral. Quanto aos espaços de convivência e confraternização, os intervalos têm sido marcados por música e alimentação típica local. A confraternização do Congresso realizada na noite do dia 08 contou com a riqueza de intervenções artísticas e apresentações de artistas locais.