Encaminhado pela Comissão de Acompanhamento do Ensino Remoto Emergencial (ERE) da UFRGS no dia 16 de junho, o questionário para docentes sobre a experiência com o formato virtual apresenta melhorias em relação à pesquisa do semestre anterior, mas ainda se restringe a um modelo engessado de comunicação, dificultando o diálogo e fragmentando a comunidade universitária.
Tópicos que consideram identidade de gênero, etnia e cuidado filial estão entre os pontos positivos da nova enquete, que também detalha perguntas sobre efeitos da pandemia nas relações familiares e no trabalho. Contudo, a política de avaliação do ERE mediante questionários, sem a possibilidade de diálogo entre membros da comunidade acadêmica e sem levar em conta as especificidades de cada curso ou unidade, continua sendo um entrave à compreensão do que de fato tem ocorrido no cotidiano de quem vive o ERE. Não está claro se há questionários distintos entre professores(as), estudantes, técnicos(as) e terceirizados(as) que permitam a essas outras categorias avaliarem o processo, o que prejudica uma sistematização coletiva das condições e da estrutura da universidade para atender às reais demandas e dificuldades da comunidade. “Além disso, a Reitoria interventora ainda não deu a devida atenção aos processos que implicam extensão e pesquisa no período de trabalho remoto”, acrescenta o professor Tiago Martinelli, diretor do ANDES/UFRGS.
Apesar de já ter coletado opiniões com o mesmo intuito anteriormente, as quais foram respondidas por apenas 41% dos docentes em atividade na UFRGS, Martinelli reforça que “a Administração Central apresentou a compilação dos dados e informações sem efetivamente chamar a comunidade para discutir e compor um plano de ação para o desenvolvimento das atividades”.
O prazo para preenchimento do novo questionário vai até 4 de julho. Ainda não há informações sobre quando serão divulgados os resultados, nem sobre como serão encaminhadas internamente os debates acerca das conclusões da pesquisa.