Integrando a agenda de mobilização em defesa dos serviços públicos, docentes, estudantes, técnicos e trabalhadores terceirizados da UFRGS, UFCSPA, do IFRS e IF-Sul realizaram Plenária Universitária nesta quarta-feira (16), Dia Nacional de Mobilização, paralisações e manifestações. A atividade, convocada pelo ANDES/UFRGS, Assufrgs, Sindoif, Sinasefe, DCE da UFRGS e Terceirizados Unidos, marca a retomada das mobilizações presenciais da comunidade universitária, no cenário de retorno restrito às atividades presenciais da UFRGS, iniciado na segunda-feira (14).
Além da pauta nacional – que inclui reajuste salarial, arquivamento da PEC 32 e a defesa dos serviços públicos – foram debatidos temas urgentes para a comunidade universitária, como as condições para um retorno presencial seguro, o acesso democrático aos Restaurantes Universitários e o fim da intervenção do governo Bolsonaro na UFRGS.
Tailine Kaingang, representante do coletivo de estudantes indígenas que realiza uma ocupação em um prédio da Prefeitura, reivindicando moradia estudantil, convidou os participantes da plenária a se solidarizam com a luta: “Se juntem conosco para conhecer essa reivindicação. Não é uma luta somente dos povos indígenas, mas de toda a comunidade acadêmica.”
“Saudar e colaborar com a luta de estudantes indígenas que fazem a Retomada evidencia que precisamos da soma de todas as forças para enfrentar as condições tenebrosas que a intervenção na nossa Universidade e o desgoverno genocida nos causam”, analisa o professor Guilherme Camara, da Escola de Administração.
“A plenária foi importante para nosso processo interno à UFRGS. Fiquei emocionado de reencontrar colegas e estudantes presencialmente após dois anos, conversamos sobre como a EC 95 restringe as condições de trabalho e de estudo, afeta diretamente servidores docentes e técnicos, estudantes e terceirizadas. Precisamos unir nossas forças para construir uma greve geral com o apoio de terceirizadas e estudantes”, completa o docente, destacando demandas comuns como acesso ao RU, reajuste das bolsas e melhoria da assistência estudantil.
Retorno presencial como?
“Não temos apoio dessa reitoria interventora para um retorno seguro. Então temos que construir essas condições de segurança a partir da comunidade. É importante que estejamos construindo isso em unidade. Mas além do passaporte vacinal, precisamos de muito mais… precisamos reformar salas, garantir máscara para todos, ter mais frequência de transporte e RU para todos. Não é possível fazer o ensino de qualidade, a pesquisa e a extensão, sem ter segurança”, acrescenta Elisabete Búrigo, 2ª Vice-Presidente da Seção Sindical.
Enquanto a comunidade estava reunida, a Pró-Reitoria de Ensino preparava o Ofício Circular 07/2022. Considerando “a insubsistência de embasamento legal para a continuidade das estratégias pedagógicas do ERE”, o documento anuncia o retorno completo ao ensino presencial, a partir de junho, quando terá início o semestre 2022/1. Omitindo a responsabilidade da Administração Central em garantir as condições para esse retorno, o documento limita-se a orientar a reformulação dos planos de ensino, como se a pandemia estivesse encerrada, e como se nunca tivesse existido.
Ato pelas liberdades democráticas em 1º de abril
Cesar Beras, representando o ANDES-SN, saudou a plenária e convidou todos para participarem do grande ato pelas liberdades democráticas, construído com o Fórum dos Servidores e as entidades da educação, que deverá ser realizado na sexta-feira, 1º de abril, após o encerramento do 40º Congresso do ANDES-SN.