Em Plenária Geral on-line realizada na última quarta-feira (14), a comunidade universitária da UFRGS aprovou, entre outros encaminhamentos, uma moção de repúdio à nomeação de Carlos Bulhões para a Reitoria e a construção de um Dia de Lutas da comunidade universitária em 28 de outubro, Dia do Servidor Público.
Cerca de 200 pessoas registraram presença na assembleia, chamada pelos estudantes através do DCE e de dezenas de diretórios e centros acadêmicos, a quem se somaram APG-UFRGS, ANDES/UFRGS e Assufrgs. O objetivo era debater a agenda de mobilização contra a intervenção na Universidade e a defesa da educação pública.
A ação do Dia de Luta será pautada pela defesa dos serviços públicos, protestos contra a intervenção nas universidades e IFs, contra a Reforma Administrativa e pela contrariedade ao retorno das atividades presenciais. Para isso, será criada uma comissão com representantes das entidades APG, Assufrgs, ANDES/UFRGS e DCE, além de trabalhadores terceirizados e outros setores. Assim que finalizada, a moção será divulgada em nossos canais de comunicação.
Em defesa da autonomia universitária
Desde setembro, estudantes, técnicos e docentes vêm protestando e se posicionando publicamente contra a arbitrariedade do governo federal na nomeação do professor Bulhões, o menos votado na consulta à comunidade e o terceiro nome da lista tríplice elaborada pelo Consun.
“A comunidade escolheu não somente uma chapa e um candidato, mas um projeto para a UFRGS. Bulhões foi rejeitado pela comunidade, juntamente com seu projeto de educação. Não sabemos que tipo de acordo pode ter sido feito entre ele e Bolsonaro”, afirma Ana Paula Santos, coordenadora Geral do DCE, em reportagem do Brasil de Fato.
Também foi deliberada a construção de um calendário de lutas prolongado, com a realização de um congresso estudantil após o fim da pandemia para discutir a estatuinte por paridade, democracia e autonomia.
“Bulhões demonstra não conhecer bem o funcionamento de algumas normas da Universidade. Ele juntou pró-reitorias desrespeitando o regimento da UFRGS, exonerou e nomeou à revelia diversas pessoas para cargos, substituiu técnicos de carreira da área de processamento de dados por um professor aliado, por exemplo”, acrescenta o professor Guilherme Dornelas, diretor do ANDES/UFRGS.
Em reunião chamada pela Reitoria em 28 de setembro, a Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS reiterou a resistência à intervenção – 15ª, de atuais 16, realizada por Bolsonaro.
Confira abaixo outros encaminhamentos da Plenária Geral da UFRGS
- Pressão e cobrança para que se torne pública a pesquisa da Proplan sobre o ERE e construção de campanha de denúncia das condições de trabalho e estudo remoto a partir desta;
- Cobrar as reuniões de conselhos para barrar que Bulhões tome decisões em relação à universidade;
- Construir um calendário de lutas prolongado com o intuito de realizar um congresso estudantil após o fim da pandemia, incluindo a pauta da estatuinte por paridade, democracia e autonomia;
- Apoio à greve dos educadores do município e funcionários do Imesf