Pela paridade! Pela democracia na UFRGS!

Porto Alegre, 23 de novembro de 2023.

Carta Aberta aos Conselheiros Universitários

Prezadas e prezados colegas conselheiros universitários,

Nos dirigimos a vocês hoje em razão da deliberação sobre a paridade no processo de consulta à comunidade acadêmica para escolha da reitoria da nossa Universidade. A paridade é uma pauta histórica do Sindicato Nacional de Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN). Desde 1981, no Caderno 2 do ANDES-SN, defendemos que o/a reitor/a e o/a vice-reitor/a sejam escolhidos por meio de eleições diretas e voto secreto, com a participação, universal ou paritária, de todos os docentes, estudantes e técnico-administrativos, encerrando-se o processo eletivo no âmbito da instituição. Defendemos, também, critérios transparentes e democráticos na condução do processo, que culmine com a posse dos eleitos pela comunidade e informação da posse às autoridades competentes, em um processo que se inicia e se encerra na própria Universidade.
A UFRGS é uma das últimas instituições federais de ensino superior com uma lógica de votação elitista e retrógrada a dar esse passo para se livrar do entulho autoritário que herdou do passado. A estrita obediência às normas até então vigentes, representada na fórmula 70-15-15, não nos protegeu da intervenção do governo Bolsonaro, que até a data de hoje mancha a história da nossa UFRGS e nos faz a todos atuarmos para construir uma universidade pública, gratuita, de qualidade e referenciada nas necessidades do nosso povo, enfrentando no cotidiano uma administração central distante da comunidade universitária e inefetiva.
Nós, do ANDES/UFRGS, entendemos que valorizar e ampliar a democracia interna de nossa Universidade é a melhor forma de unir a comunidade acadêmica em defesa da nossa instituição. A paridade poderá levar a UFRGS a uma nova etapa na sua trajetória, reafirmando que a excelência da qual nos orgulhamos tanto é fruto da ação de toda a comunidade acadêmica, que se responsabiliza pelas suas decisões. Os docentes, que hoje representam menos de 5% da comunidade universitária, terão peso 33% . Ninguém pode dizer que a paridade desvaloriza a participação docente. Além disso, também é importante enfatizar um princípio republicano de valorizar todos os participantes do processo. O teto de votos, em todas as categorias, deve ser o número de votos válidos (como propõe a Comissão pela Paridade do CONSUN) e não o número de votos habilitados, como querem alguns não acostumados com práticas democráticas. Isso é uma tentativa de apequenar a participação de setores mais ativos de estudantes da graduação e pós-graduação.
Por isso, pedimos que votem pela paridade! Que não seja utilizado nenhum fator de correção ou ponderação que diminua o voto de Técnicos-Administrativos ou Estudantes e sirvam como subterfúgios para manter o status quo nas eleições na UFRGS.

Pela paridade! Pela democracia na UFRGS!
ANDES/UFRGS