Novo Conselho Editorial da Editora da UFRGS é empossado, mas falta diversidade na representação

Foi empossado no dia 8 de abril, o novo Conselho Editorial da Editora da UFRGS para o biênio 2020-2022. Conforme noticiado “o novo conselho é formado por professores de diferentes áreas do conhecimento”. Contudo, faltam representantes de Departamentos fundamentais para a manutenção da diversidade das áreas, em especial daquelas mais engajadas na produção e publicação de livros.

Os novos integrantes foram empossados pela vice-reitora interventora, Patrícia Pranke. São eles: Luciane Delani, diretora da Editora, Carlos Eduardo Espindola Baraldi, da Faculdade de Odontologia; Clarice Lehnen Wolff, do Colégio de Aplicação; Janette Palma Fett, do Instituto de Biociências; João Carlos Batista Santana, da Faculdade de Medicina; Luís Frederico Pinheiro Dick e Otávio Bianchi, da Escola de Engenharia; Maria Flávia Marques Ribeiro, do Instituto de Ciências Básicas da Saúde; Naira Maria Balzaretti, do Instituto de Física; Sergio Luiz Vieira, da Faculdade de Agronomia; e Virgínia Pradelina da Silveira Fonseca, da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação.

Para o professor Helio Ricardo do Couto Alves, diretor do Instituto de Filosofia e Ciência Humanas (IFCH), causa estranheza a ausência de representantes das humanidades vinculados a unidades como IFCH, Instituto de Letras ou Instituto de Artes. “Como toda Universidade de excelência, a UFRGS possui uma grande variedade de áreas de conhecimento, e deve acomodá-las em suas estruturas garantindo a pluralidade que compõe a riqueza de uma instituição como a nossa”, afirma o docente.

“Que fique claro, essa estranheza não se relaciona a qualquer desconfiança ou descrédito na capacidade e comprometimento dos colegas que agora compõem o Conselho, mas do que parece ser uma inclinação da Editora em direção a áreas em que as próprias atividades de pesquisa, extensão e ensino são muito pouco relacionadas aos livros e à literatura – o que pode ser verificado, por exemplo, no fato de que a avaliação da produção científica em livros pela Capes, algo fundamental nas Ciências Humanas, sempre sofreu resistência das áreas de exatas e de ciências da natureza”, acrescenta.

“Não temos informações sobre como a composição do conselho foi decidida.  É sintomático, no entanto, que  essas três unidades não tenham sido chamadas a participar desse importante Conselho” – afirma a Vice-Diretora do Instituto de Letras, professora Márcia Velho. “Cabe ressaltar que, na composição anterior, havia representantes do Instituto de Artes, Instituto de Letras e IFCH. Essas ausências, no contexto atual,  nos indica o distanciamento das diferentes vozes que compõem a Universidade” – aponta a Vice-Diretoria.