MEC destitui reitores interventores de Bolsonaro

Desde o início do ano, o Ministério da Educação (MEC) já exonerou dois reitores nomeados arbitrariamente pelo governo Bolsonaro. A destituição mais recente ocorreu em 26 de janeiro, na Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), dispensando Alexandre Marinho Oliveira, empossado em dezembro de 2019.

O docente respondia a diversas representações criminais, com acusações de estelionato, apropriação indébita e falsidade ideológica em função do recebimento de valores decorrentes de contratos de construção de imóveis não cumpridos e fornecimento de placas solares não entregues. No seu lugar, foi nomeado como reitor pro tempore João Paulo Sales Macedo, membro da diretoria da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (Adufpi) – Seção Sindical do ANDES-SN, que se comprometeu a viabilizar o processo democrático de escolha dos novos dirigentes.

Univasf

No dia 17 de janeiro, o interventor da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), Paulo César Fagundes, também foi removido do cargo. Como o processo para escolha de reitor da instituição foi questionado judicialmente, foi designado para o cargo temporariamente o professor Julianeli Tolentino de Lima, que já ocupou a função por duas gestões.

Em nota, a Sindunivasf SSind., Seção Sindical do ANDES-SN, manifestou apoio à medida. “Há três anos a instituição sofria com uma gestão autocrática, sem diálogo, sem transparência e, muitas vezes, alinhada ao pensamento Bolsonarista, que incluía o ataque sistemático à educação pública brasileira”, afirma a entidade.

“Também manifestamos a nossa vontade para que o processo judicial, que trata do resultado da última eleição para a reitoria da Univasf, que nos levou a este caos, seja resolvido o mais breve possível, e que o reitor eleito, democraticamente, prof. Telio Nobre Leite, seja empossado para poder conduzir a nossa instituição, de acordo com o projeto de administração amplamente escolhido por sua comunidade acadêmica”, acrescenta. Télio Leite, escolhido através de consulta pública, obteve 57% dos votos.