Manifesto do MCTP reforça importância da geração de conhecimento público

 

O Movimento pela Ciência e Tecnologia Pública (MCTP) lançou, em 30 de abril, o Manifesto 2021, documento que reforça a importância das instituições públicas de ensino e pesquisa e defende que os recursos públicos investidos em ciência e tecnologia gerem conhecimento público.

O evento foi transmitido pelo YouTube da ADunicamp (Associação de Docentes da Unicamp) e pode ser conferido aqui.

“As instituições de ensino superior e institutos de pesquisa públicos são a grande fonte de conhecimento e de produção cientifica no Brasil, e são as únicas capazes de desenvolver uma tecnologia voltada para os interesses da população como um todo”, ponderou Cristine Hirsch, 1ª vice-presidenta Regional Nordeste do ANDES-SN e uma das coordenadoras do GT de C&T da entidade.

A docente lembrou que o cenário da pandemia seria ainda pior sem as instituições públicas de ensino e pesquisa, reforçando que as instituições privadas do setor buscam o lucro em detrimento dos interesses da população. “Lutar para defender a C&T e as instituições de ensino superior públicas nos permitirá, também, sair da crise sanitária”, alertou.

Contra as privatizações

Desde 2015, o MCTP luta contra a privatização das universidades públicas, dos institutos e empresas públicas de pesquisa, pela quebra de patentes, para que a sociedade tenha acesso ao conhecimento gerado, e contra a privatização do conhecimento gerado a partir de financiamento público, além de defender a democracia e a liberdade de expressão nessas instituições.

“Embora os discursos oficiais tratem como consequência natural das crises econômicas, estamos, na realidade, vivenciando uma política intencional de sucateamento das universidades públicas brasileiras”, alerta o Manifesto 2021, listando diversas iniciativas políticas que afrontam a educação e a produção de conhecimento públicos.

“Devemos explorar a fronteira do conhecimento tecnocientífico de outra forma, de uma maneira que alavanque a sociedade que queremos construir, fundada nos interesses da sociedade e não apenas do mercado. É fundamental irmos além do crescimento econômico e viabilizar o desenvolvimento socioeconômico, baseado na distribuição de renda, na diminuição das desigualdades sociais e regionais, na geração de postos de trabalho, na soberania alimentar e na preservação ambiental, com participação nas decisões pelos diferentes segmentos da sociedade”, acrescenta o documento.