19 de junho de 2019
Com o auditório do Cpers lotado, foi lançado, na noite desta terça-feira (18), o Comitê de Combate à Megamineração no Rio Grande do Sul. O Comitê reúne ambientalistas, pesquisadores, agricultores familiares, assentados, ativistas contra a mineração, estudantes, professores e militantes que atuam em vários sindicatos e movimentos sociais. O manifesto do Comitê conta com a assinatura de mais de 50 entidades, dentre as quais ANDES/UFRGS e a Regional/RS do ANDES-SN.
As falas dos presentes ressaltaram o perigo dos projetos atualmente em desenvolvimento no Estado para a vida das pessoas. O Vice-presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Heverton Lacerda, comentou a inclusão do termo “combate” no nome do Comitê: “Houve um debate sobre se seria melhor usar combate ou resistência. Na luta ambiental, já estamos resistindo há décadas, agora chegou a hora de combater”.
A plenária apresentou um resumo da situação de quatro projetos em processo de licenciamento ambiental no Estado: a Mina Guaíba, que pretende extrair carvão a céu aberto em uma área localizada entre os municípios de Eldorado do Sul e Charqueadas; o projeto de Caçapava do Sul, para minerar zinco, chumbo e cobre às margens do rio Camaquã; o projeto Três Estradas, para extrair fosfato em uma região de Lavras do Sul; e o projeto Retiro, que quer extrair titânio em São José do Norte, localizada entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico.
Em São José do Norte, já há uma mobilização importante. O Plano Diretor do município determinou a proibição de atividades de mineração de portes médio, grande e excepcional para todos os tipos de mineração e em todas as zonas do município, além da proibição para todos os portes de lavra de minério metálico a céu aberto. A proposta foi aprovada na Câmara de Vereadores e sancionada pela prefeita Fabiany Zogbi Roig. Confira a matéria do Sul21.
“O objetivo do Comitê é abrir um amplo diálogo com a sociedade, uma vez que este modelo de mineração é totalmente predatório, podendo provocar um colapso ambiental e social semelhante ao que ocorreu em Minas Gerais, com as experiências de Mariana e Brumadinho”, argumentou Michele Ramos, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).
Ao final do evento, foram debatidos os próximos passos do grupo para aumentar a mobilização. Também foi lido o manifesto do Comitê, que segue recebendo assinaturas de apoio. O ANDES/UFRGS apoia a iniciativa desde a reunião que definiu pela constituição do Comitê, cujo principal alvo é a Mina Guaíba – entre Eldorado do Sul e Charqueadas.
Confira algumas das entidades que já assinaram o Manifesto:
– Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do RS – (APCEF/RS)
– Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan)
– Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA Guaíba)
– Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM)
– Raiz Movimento Cidadanista Rio Grande do Sul
– Seção Sindical ANDES/ UFRGS
– Sindibancários Santa Cruz do Sul e Região
– Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região
– Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região
– União pela Preservação do Rio Camaquã (UPP-Rio Camaquã)
– Núcleo de Estudos em Gestão Alternativa da UFRGS
– Observatório dos Conflitos do Extremo Sul do Brasil
– Associação para Grandeza e União de Palmas (AGrUPa)
– Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região
– Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS)
– Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi/RS)
– Aliança Ecossocialista Latina Americana – AELA
– Movimento de Luta Socialista (MLS)
– Preserva Belém Novo
– Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas RS)
– Greenpeace Porto Alegre
– Amigos da Terra Brasil