Mais de 50 entidades lançam abaixo-assinado em defesa das bolsas de estudo e da ciência

23 de setembro de 2019

 

A Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG) lançou, com mais de 50 entidades, um abaixo-assinado pela recomposição das bolsas de estudos e do orçamento da Capes e do CNPq, que vêm sofrendo com cortes de verbas, assim como as Instituições Federais de Ensino (Ifes) do Brasil.  A iniciativa, divulgada na sexta-feira (20) e apoiada pelo ANDES-SN, é mais um movimento da sociedade civil para pressionar o governo federal e sensibilizar o parlamento a buscar soluções que salvaguardem a educação e a ciência do risco de colapso de financiamento.

A adesão ao documento “TireAMãodaMinhaBolsa – Em defesa das bolsas de estudos, das agências de fomento (CAPES e CNPq) e do orçamento da Educação e Ciência e Tecnologia” pode ser feita por qualquer pessoa ou entidade que queira manifestar solidariedade e preocupação com as medidas do governo que afetam essas áreas.

“No CNPq, com o orçamento reduzido, há a ameaça de suspensão de cerca de 4,5 mil bolsas – denominadas erroneamente de ‘ociosas’, pois estavam em transição para novos estudantes de iniciação científica, mestrado e doutorado – e o não pagamento de bolsas de mais de 84 mil pesquisadores é um risco no horizonte próximo. Além disso, com os cortes, já houve a suspensão de 11.811 bolsas de estudos da Capes, afetando a vida de milhares de pós-graduandos e pesquisadores por todo o país. Embora o governo tenha reativado cerca de 3 mil bolsas, ainda faltam mais de 8 mil para a recomposição completa”, alerta o documento, que deve ser entregue no Congresso Nacional, juntamente com as assinaturas, ao fim da Marcha Pela Ciência, que será realizada em 02 de outubro – primeiro dia da greve de 48 horas da Educação. Também nessa data, ocorre a greve nacional da pós-graduação, que deve paralisar universidades de todo o país em defesa da ciência e da educação.

Ameaça ao patrimônio educacional e científico

As entidades denunciam que estão sendo inviabilizadas diversas pesquisas básicas e aplicadas, orientadas para o conhecimento de história, sociedade e natureza, para a resolução de problemas econômicos, sociais e de saúde que afligem a maioria da população. “A magnitude dos cortes e contingenciamentos tem destruído o ainda limitado patrimônio educacional e científico brasileiro, construído há mais de 50 anos, o que contribui para aprofundar nossa dependência econômica, científica e tecnológica e condenar o país a um prolongado ciclo de desigualdade e subdesenvolvimento”, enfatiza o abaixo-assinado, acrescentando que os países que mais investem em pesquisa científica e tecnológica são também, e não por acaso, as maiores potências em desenvolvimento econômico, social e político do mundo. “Sem recursos para a ciência, não há pesquisa científica e, portanto, não há possibilidade de desenvolvimento voltado para as transformações sociais e econômicas necessárias para atender a maioria da nossa população”.

O documento está disponível aqui.  Pedimos que todos assinem e compartilhem para ampliarmos a mobilização em defesa das bolsas, da Capes, do CNPq e da ciência e tecnologia do país.