Após intensa luta da comunidade acadêmica da Universidade Federal do Pará (UFPA), o professor Emmanuel Tourinho, reeleito para o cargo de reitor com 92,7% dos votos em consulta paritária em junho e primeiro colocado na lista tríplice do Conselho Universitário (Consun), foi nomeado nesta quarta-feira (14).
A escolha do docente para o mandato do quadriênio 2020-2024 aguardava o reconhecimento do governo Bolsonaro, que tentava impor um interventor – conduta já praticada em outras 16 IFEs. Um dos argumentos do Ministério da Educação (MEC), que chegou a enviar um ofício à Universidade, era que o modelo de consulta à comunidade desobedeceu a legislação por ter sido paritário.
Uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) no dia 8 de outubro solicitou que fosse declarada a legalidade do processo eleitoral da instituição, que desde o último domingo (11) estava sob o comando do decano do Consun, o professor Tadeu Oliver. Ele foi nomeado como interino pelos conselheiros após o fim do mandato do vice-reitor Gilmar Silva – que havia assumido temporariamente em 22 de setembro, quando a gestão de Emmanuel Tourinho encerrou.
Em defesa da autonomia
A Associação dos Docentes da UFPA (ADUFPA), em conjunto com técnicos e estudantes, se manteve mobilizada para garantir a posse de Tourinho. Docentes paralisaram as atividades de 7 a 9 de outubro, e diversos protestos e carreatas em defesa da democracia e da autonomia universitária foram realizados.
A diretoria da Seção Sindical na UFPA considerou a nomeação uma vitória da democracia e da comunidade universitária. “Agora, é seguir a luta em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade”, pontua nota da entidade.