Liberação de emendas, lobby e outras artimanhas: entenda como o governo aprovou a Reforma

11 de julho de 2019

O placar folgado em favor da Reforma da Previdência não foi obtido por acaso. A articulação política por trás da aprovação do texto contou com artimanhas de todos os estilos por parte do governo, além de um trabalho pesado por parte do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). A prática mais usual foi a liberação de verbas.

CSP-Conlutas

 

O governo Bolsonaro liberou R$ 1 bilhão em emendas orçamentárias para os parlamentares apenas na segunda-feira (8), enquanto cortou 30% do orçamento das instituições federais de ensino (R$ 2,2 bilhões apenas das universidades). Já havia empenhado mais R$ 1,6 bilhão em emendas nos primeiros cinco dias de julho. Somado, o valor é muito superior ao R$ 1,7 bilhão empenhado durante os primeiros seis meses do ano em emendas impositivas (de bancada e individuais).  Também prometeu R$ 40 milhões para os deputados que votassem a favor da PEC.

Dentre os que votaram pela aprovação da reforma, destaque para a bancada ruralista: 155 deputados ligados ao agronegócio chancelaram a proposta. Vale lembrar que o texto isentou o agronegócio do pagamento de INSS, deixando de arrecadar mais de R$ 80 bilhões.

Para a oposição, Bolsonaro está cometendo crime de responsabilidade, pois liberou verbas em valor muito superior ao autorizado pelo Congresso.

Confira no quadro abaixo quem foram os deputados gaúchos que traíram a classe trabalhadora e votaram a favor do desmonte da seguridade social.