Greve dos petroleiros: apesar de liminar e da intransigência da Petrobras, movimento continua

 

 

Em luta pela preservação de mil postos de trabalho na unidade de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná, cerca de 18 mil trabalhadores da Petrobras estão há cinco dias em greve, de acordo com dados da Federação Única dos Petroleiros (FUP). A paralisação já chega a 30 unidades do sistema da estatal em 12 estados, e deve crescer nos próximos dias, com adesão do Sindipetro-RJ, ligado à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), aprovada nesta quarta (5).

O movimento segue forte, apesar de decisão do ministro Ives Gandra, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determina que 90% dos petroleiros da Petrobras continuem trabalhando durante a greve. As multas por descumprimento variam entre R$ R$ 250 mil e R$ 500 mil, a depender do porte de cada sindicato. A FUP também denuncia assédio e tentativas de intimidação aos petroleiros.

“O direito de greve é constitucional e deve ser respeitado. Nossas assessorias entrarão com os recursos necessários contra esta decisão do TST e manteremos contato com a gestão do Sistema Petrobras para entender as condições exigidas”, informa o diretor da FUP, Deyvid Bacelar. A entidade alega que tem cumprido todos os procedimentos legais em relação à greve, tanto no que diz respeito à busca de interlocução com a Petrobras, quanto no atendimento das necessidades essenciais da população. “Ilegal é descumprir Acordos e a própria legislação, como vem fazendo a gestão da Petrobrás”, afirma o diretor da FUP.

Manifestação no Rio Grande do Sul

Na segunda-feira (3), ocorreu um ato em frente à Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, reunindo representantes de diversos sindicatos e movimentos sociais que apoiam o movimento dos petroleiros. Representando o ANDES/UFRGS, o professor Carlos Schmidt esteve presente. “A Universidade é a grande parceira da Petrobras. A Petrobras é um vetor importante para o desenvolvimento nacional. Por isso, não é greve dos petroleiros, é a greve dos brasileiros”, lembrou.

Além de evitar as demissões, o movimento reivindica o cumprimento do acordo coletivo, que, segundo os trabalhadores, vem sendo desrespeitado pela empresa.

Gás de cozinha subsidiado

Nesta quarta-feira (5), os sindicatos de petroleiros fizeram uma nova ação para alertar a população sobre a validade da greve e os perigos da política de privatização da Petrobras: subsidiar o preço do botijão de gás de cozinha de 13 quilos.

No Rio Grande do Sul, a ação ocorreu na cidade de Canoas, onde 100 botijões de gás foram vendidos pelo valor de R$ 40,00 para as 100 primeiras pessoas que compareceram a partir das 16h na Vila João de Barro, localizada próximo a associação de moradores (Rua Tóquio, 181, bairro João de Barro).

O objetivo dos petroleiros é mostrar que é possível vender o gás de cozinha a custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobras e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios.