Fora Bolsonaro ganha força e transforma o 24J no maior dia de luta desde o início da pandemia

Pela quarta vez neste ano, as ruas de Porto Alegre foram tomadas, no sábado (24), pelo Fora Bolsonaro e Mourão e em defesa da vida. O ato unificado, que aconteceu em quase 500 cidades do Brasil e em dezenas de cidades de outros países, foi considerado o maior dia nacional de luta desde o início da pandemia, com a presença massiva de movimentos sociais e populares, entidades sindicais e estudantis.

Na capital, estima-se que cerca de 80 mil pessoas tenham participado da mobilização, que também protestou contra a reforma administrativa e as privatizações planejadas pelo governo federal. Como medidas de segurança sanitária, a organização adotou e incentivou o uso de máscaras e distanciamento durante a caminhada, que partiu do Largo Glênio Peres e percorreu a região central recebendo apoio de moradores e motoristas. Como vem ocorrendo desde o início das manifestações, o ANDES/UFRGS esteve presente. O professor Guilherme Dornelas, da Diretoria da Seção Sindical, em sua fala no carro de som, denunciou o ataque do governo genocida à saúde e educação: “Nossa vida não vale apenas 1 dólar! Nossas vidas não têm preço! Além de tentar destruir a saúde, Bolsonaro também quer destruir a educação. Ele colocou interventores na Reitoria da UFRGS, que estão acabando com a nossa Universidade pública”.

”O modelo político imposto por Bolsonaro quer destruir os serviços ao privatizá-los para continuar promovendo um grande atentado à vida do povo brasileiro. Além da Educação Pública, a presença nas ruas afirma a vida acima dos lucros e se caracteriza como um dia nacional de luta contra a privatização das estatais que tem na mira mais recente os Correios, instituição indispensável para oferecer serviço ao conjunto do povo brasileiro que vai além da entrega de mercadorias e correspondência”, explicou a presidenta do ANDES-SN, Rivânia Moura.

Em defesa da democracia

O crescimento dos atos nos estados foi impulsionado pelos escândalos de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19, pela ameaça do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, de que não haverá eleições caso o voto impresso não seja adotado no país e pela entrega do comando da Casa Civil para o senador Ciro Nogueira (PP-PI), principal expoente do Centrão.

Em Brasília, o movimento fechou a Esplanada dos Ministérios. A avenida Paulista, em São Paulo, também ficou bloqueada pelos manifestantes, que foram agredidos por bombas de gás lacrimogêneo disparadas pela polícia.

Na capital do Rio de Janeiro, mais de 75 mil pessoas foram às ruas. Já no Paraná, trabalhadoras e trabalhadores de Curitiba, Cascavel, Guarapuava e Foz do Iguaçu realizaram os maiores atos pelo impeachment até agora. “Estamos vendo as pessoas cada vez mais pobres, partindo para a luta da moradia. A situação exige a construção de uma grande greve geral, é preciso parar a produção e a circulação de pessoas em um país que matou mais de 500 mil pessoas. Iremos continuar resistindo”, afirmou Fran Rebelatto, 2ª secretária do ANDES-SN.

Fora Bolsonaro pelo mundo

Os gritos de Fora Bolsonaro ecoaram em dezenas de países. Em Dublin, na Irlanda, também houve homenagens à Marielle Franco no memorial dos direitos humanos e caminhada até a embaixada brasileira.

Em Tóquio, onde ocorrem as Olimpíadas, faixas com os dizeres “Jail” Bolsonaro se misturaram à paisagem. Alemanha, Áustria, Espanha, Portugal, e outros países também se uniram ao pedido do povo brasileiro.