O Coletivo Memória e Luta, que reúne docentes da UFRGS, promove na próxima semana, no Campus do Vale, diversas atividades sobre o tema dos expurgos de docentes ocorridos nos anos 1960.
Na segunda-feira (22), será inaugurada, às 12h, a exposição Os Expurgos na UFRGS no Solarium do Instituto de Letras. A mostra, composta por 18 aquarelas do professor da Faculdade de Arquitetura José Carlos Freitas Lemos, retrata de forma impactante os processos movidos na UFRGS e o contexto sociopolítico que se vivia nas décadas de 1960 e 1970 no Brasil e no mundo.
A visitação pode ser feita, na segunda-feira das 12h às 17h, de terça até quinta, das 9h às 17h, ou na sexta (26), das 9h às 12h. Haverá, ainda, exibição de vídeos com entrevistas e depoimentos de professores expurgados.
Lançada em 2019, a exposição faz parte do Projeto Memória – 50 anos dos expurgos da UFRGS, que marca o cinquentenário das duas fases de expurgos realizados na Universidade após o golpe civil-militar de 1964 – em 1964 e em 1969. Os trabalhos também foram exibidos durante o 40º Congresso do ANDES-SN, em Porto Alegre, em março de 2022.
Para jamais esquecer
No mesmo espaço da exposição no Campus do Vale, a professora de História Carla Rodeghero apresentará a palestra “A ditadura aconteceu aqui também”, marcada para quarta-feira (24), às 12h. Logo após, será relançado o livro Os expurgos da UFRGS. Memória e História, que, além de resgatar a memória da UFRGS nos anos da ditadura empresarial-militar, conta a história do projeto, que segue promovendo a reflexão para que jamais esqueçamos os graves acontecimentos daquele período.
Só na UFRGS, pelo menos 41 docentes foram expulsos pelo regime. Os atingidos pela “Operação limpeza” foram humilhados publicamente e tiveram sua reputação atingida, ao ponto de alguns não conseguirem novos empregos e serem obrigados a mudar de estado para sobreviver.