Estudantes mobilizados por moradia enfrentam omissão e intransigência da Reitoria interventora

Em reunião agendada para negociação nesta segunda-feira (13), estudantes, técnicos e docentes  saíram sem qualquer decisão a respeito da pauta da moradia estudantil no Campus Litoral Norte (CLN) ou das ameaças à mobilização. O reitor interventor, Carlos Bulhões, não esteve no encontro; a vice-reitora Patrícia Pranke encerrou a conversa sem assinar a ata.

O procurador Regional dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Enrico Rodrigues de Freitas, que participou virtualmente, garantiu que entraria no mesmo dia com ação junto à Reitoria para esclarecimentos. Na quarta-feira (15), deverá ser convocada uma mesa de negociação com a participação da reitoria e dos estudantes. Já o Conselho Universitário (Consun), que acompanha o movimento das e dos alunos, deverá convocar uma sessão extraordinária para tratar do tema.

No início da noite, foi cumprido termo de reintegração de posse do Centro de Inovação da Universidade em Tramandaí, onde funcionava, até 2020, a Colônia de Férias da UFRGS. O prédio estava ocupado desde sexta-feira (10) pelos estudantes, que reivindicam a destinação do prédio para moradia estudantil.

Intransigência

Outra reivindicação apresentada na reunião desta segunda-feira foi a retirada  de processo criminal aberto contra a ocupação do espaço que, conforme resoluções do Consun, deveria ser cedido ao CLN. No processo são citados uma representante dos estudantes e o professor Felipe José Comunello, diretor do CLN.

Também na sexta-feira (10), membros do Diretório Central de Estudantes (DCE) que ocuparam a sessão do Consun após Pranke negar a entrada dos estudantes, foram surpreendidos pela invasão da Brigada Militar e presença da Polícia Federal, acionadas pela Administração Central, que encerrou a reunião. De acordo com relatos de representantes da comunidade acadêmica, conselheiros tiveram que escoltar estudantes até a saída do prédio.

ANDES-SN apoia reivindicação

O ANDES-SN, que defende a importância de associar políticas de fomento ao ingresso na universidade à garantia de permanência estudantil, está prestando apoio político e financeiro à mobilização dos estudantes. O ANDES/UFRGS tem participado de todos os atos e mobilizações e também disponibilizou sua assessoria jurídica, realizada pelo escritório RCSM Advocacia, para atendimento e orientação aos estudantes.
Publicamos nota de solidariedade ao movimento. Repudiamos a invasão da Brigada Militar ao Campus e a presença da Polícia Federal, desnecessárias perante uma mobilização pacífica que reivindica condições de permanência para os estudantes. Seguimos atentos e atentas às arbitrariedades da reitoria interventora, que demonstra nesse episódio sua incapacidade de negociação e todo seu descaso para as necessidades e as instâncias da Universidade.

Foto: Assufrgs