Entrevista com os professores Carlos André Bulhões e Patricia Pranke, candidatos pela Chapa 1

Confira a proposta da Chapa 1 e suas respostas às perguntas feitas pelo ANDES/UFRGS

PERGUNTA 1: Nos últimos anos, a comunidade da UFRGS promoveu diversos atos, ações e manifestações em defesa da democracia. Como pretendem fomentar e fortalecer a democracia interna na Universidade? Como entendem o papel e a colaboração das entidades representativas da UFRGS para com a democracia em nossa instituição?

Democracia se faz com diálogo, principalmente, sabendo ouvir e respeitar. Respeitar as pessoas, as leis e os direitos. Nesse contexto, a democracia não tem barreiras, seja interna ou externa. Desrespeitar, por si só, é um ato anti-antidemocrático! As legislações são discutidas e aprovadas a partir da nossa lei maior, a CF/88 e leis complementares. O Estado Democrático de Direito nos aponta para espaços representativos da sociedade onde se aprimoram leis e se convertem projetos em leis. Nesse contexto, temos o Congresso nacional, Câmaras dos Deputados, Assembleias Legislativas, e no caso da UFRGS, o CONSUN. Nossa lei maior, o regimento e estatuto não refletem mais os anseios da comunidade acadêmica. A Chapa 1 assumiu o compromisso de convocar o CONSUN para a realização de uma estatuinte com o objetivo de atualizar o estatuto e regimento da UFRGS com a participação de toda comunidade acadêmica e representantes da sociedade. Acreditamos que esse será um grande exercício de democracia interna.

PERGUNTA 2: Está em curso em nossa Universidade a discussão do Ensino Remoto Emergencial (ERE). A eventual implementação de atividades de ensino nestes moldes afetará as e os docentes nas suas práticas até então usuais, envolvendo intensificação do teletrabalho, necessidade de equipamentos e habilidades tecnológicas e a adequação das rotinas e espaços domésticos ao trabalho remoto. Como seu mandato apoiará as e os docentes em teletrabalho para evitar a sobrecarga e possibilitar adequação às necessidades do contexto de pandemia?

O Ensino Remoto Emergencial (ERE) surgiu para preencher a lacuna criada entre a modalidade presencial e o EAD. O nome já diz tudo: EMERGENCIAL. No final do ano passado (2019), a COVID 19 se alastrava pelo mundo e a sua chegada ao Brasil era questão de tempo. A pandemia é uma realidade. Entendemos que é importante a retomada das atividades, mas há de se observar condições mínimas para que a execução do ERE seja realizada. Certamente os docentes terão um grande desafio a vencer em relação ao ERE, tanto do ponto de vista tecnológico, quanto à alteração de rotinas e adequação pedagógica. A Chapa 1 entende que é necessário fornecer condições mínimas para os docentes desempenharem bem suas atividades em ERE. No tocante ao apoio tecnológico, é importante fornecer acesso de banda larga que dê conta da demanda intrínseca a realização das atividades remotas síncronas e assíncronas que serão realizadas. Prevemos realizar um verdadeiro plano de inclusão digital institucional e não nos limitando ao plano provisório que está sendo proposto.

PERGUNTA 3: Quais são as propostas de sua Chapa para tornar o orçamento da UFRGS mais participativo, transparente, acessível e compreensível? Se eleitas(os), quais as prioridades no orçamento da Universidade?

Vamos levar a Reitoria aos campi. Vamos ouvir e discutir os problemas para definir as prioridades. O diálogo, assim com a transparência, regulada por legislação específica, são pilares estruturantes do Projeto da Chapa 1. Vamos instituir um conselho com as direções de todas as unidades para discussão do orçamento da universidade com a apresentação de forma transparente e acessível das informações orçamentárias. Esse conselho será responsável por auxiliar na identificação das necessidades de cada unidade e definir prioridades. A pandemia nos impôs uma nova agenda, e com ela, novas prioridades, visto que não temos como prever o retorno presencial. A retomada das atividades de ensino em condições mínimas de igualdade com inclusão pedagógica e assistência é a prioridade do momento. Precisamos investir em capacitação do corpo docente para diminuir a distância entre ERE e o EAD, diante da impossibilidade de retorno as atividades presenciais.