O ANDES/UFRGS, juntamente com outras 15 entidades sindicais gaúchas, divulgou nota pública em apoio ao comando de greve dos servidores da Carris, que retomaram a paralisação contra a privatização da empresa na sexta-feira (3). O projeto de desestatização (PL 013/21) pode ser votado nesta quarta-feira (8) na Câmara dos Vereadores.
“Não podemos aceitar que recursos públicos investidos na Carris sejam prejuízo, enquanto nas empresas privadas, são chamados subsídios”, diz o texto, que também é assinado por Assufrgs, CSP-Conlutas-RS, SindiSaúde RS, entre outras entidades.
De acordo com as signatárias do apedido, destruir a companhia, que atende atualmente mais de 110 mil passageiros/dia, é a pior solução para o transporte coletivo. “No auge da pandemia, foi a Carris que assumiu linhas abandonadas pelas empresas privadas, como na Lomba do Pinheiro e no extremo Sul”, pontuam, lamentando que o projeto de privatização inclua, ainda, acabar com o cargo de cobrador de ônibus.
“A solução para o sistema é a retomada do controle público da bilhetagem e da Câmara de Compensação Tarifária, a realização de uma auditoria externa rigorosa do sistema, a criação de um Fundo Municipal de Mobilidade Urbana (com recursos da área azul e IPVA), e a busca de subsídio para as isenções”, sugere a nota.
Categoria ignorada
No final de agosto, o prefeito Sebastião Melo chegou a retirar, temporariamente, o PL de votação, alegando que aguardava uma proposta por parte do movimento grevista para resolver a crise financeira da companhia.
Na segunda-feira (6), a proposta foi entregue pelos rodoviários, assim como uma carta assinada por dez vereadores da oposição, intitulada “Porto Alegre precisa de ônibus que funcionem bem e com passagens baratas”.
Contudo, durante reunião de líderes realizada na manhã da quarta-feira, o projeto foi colocado como o primeiro na ordem de votação na Câmara. “Muitas linhas de ônibus que foram assumidas pela Carris, com o tempo, se tornaram lucrativas. As empresas privadas estão interessadas nessas linhas, sem compromisso com o conjunto dos serviços que a Carris oferece e, portanto, com importante prejuízo para os usuários do transporte”, previne Carlos Schmidt (Ximitão), secretário adjunto dos transportes do município e membro do conselho diretor da Carris em 1989 e 1990.
“Ela precisa continuar pública para cumprir o papel de regulador das demais empresas”, acrescenta a nota das entidades sindicais.
Para ser aprovado, o PL 013/21 precisa de maioria absoluta em plenário – 19 votos dos 36 vereadores.
Doações para o fundo do movimento paredista podem ser feitas através da chave pix thiagocarris2309@gmail.com .