O Campus Porto Alegre do IFRS sediou, entre sexta-feira (01) e domingo (03), a segunda edição do Encontro Nacional do ANDES-SN sobre carreira EBTT. Os presentes puderam conhecer e compartilhar experiências e debater diversos temas importantes, como ponto eletrônico e controle do trabalho docente, autonomia universitária, ensino domiciliar e Future-se, entre outros.

A professora do Colégio de Aplicação Rúbia Vogt, presidente do ANDES/UFRGS, foi uma das palestrantes da mesa “Future-se e o impacto para os professores EBTT/CAP e a contrarreforma da educação estadual e municipal”. Na visão da docente, a carreira EBTT enfrenta questões específicas, como defesa da Escola sem Mordaça, militarização e reforma do ensino médio, e por isso demanda uma visão particular. “A autonomia universitária, por exemplo, é um tema muito pertinente por conta do que estamos vendo a partir do Future-se, que prevê outro entendimento para buscar recursos e também afeta a autonomia didático-pedagógica”, analisa.

Neste contexto, a mesa apresentou uma análise geral do Future-se no contexto de diversas outras mudanças na educação introduzidas sob a ótica do grande capital para a América Latina, com a mercantilização do ensino superior.

“Na minha fala, tentei mostrar que o projeto se amarra em outras reformas que atingiram parte de nossa carreira, como a do ensino médio e a BNCC. São propostas com a mesma concepção de educação, com a qual a categoria não concorda”, aponta a professora Rúbia.

Na visão do professor Rafael Cortes, também do Colégio de Aplicação, segundo tesoureiro da seção do ANDES-SN na UFRGS, as conversas apontaram, ainda, para a necessidade de algumas lutas comuns que precisam ser estabelecidas enquanto unidade da categoria. “Pude perceber a participação de colegas de diferentes regiões, CAPs e IFEs do país, que abrilhantaram o evento com a exposição e o compartilhamento das suas realidades”, acrescentou.