Em dia de Greve Geral contra a Reforma Administrativa, servidores públicos reforçam luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão

 

Pelo menos 19 estados e o Distrito Federal registraram atos de rua contra a Reforma Administrativa e a política genocida do governo Bolsonaro nesta quarta-feira (18), dia de Greve Geral nacional de servidoras e servidores públicos. Em Porto Alegre, nem a forte chuva impediu a mobilização.

Em ato unificado realizado às 18h na Esquina Democrática, trabalhadoras e trabalhadores de diversas esferas e setores explicitaram sua revolta contra o sucateamento dos serviços públicos, a desvalorização de setores essenciais à população e as privatizações. “Os atos desse 18 de agosto foram importantes para demonstrar que as servidoras e os servidores públicos estamos unidos na luta pela defesa dos serviços públicos. Não se trata de defender privilégios, mas de lutar para que toda a população não perca seus direitos sociais. A proposta da Reforma Administrativa feita por esse governo genocida mantém privilégios de militares, deputados e juízes, ao mesmo tempo em que acaba com os concursos e a estabilidade de servidores responsáveis pela saúde e educação, abrindo espaço para a rachadinha e formas instáveis de contratação”, analisa Guilherme Dornelas do ANDES/UFRGS, que esteve presente.

Foto: Sindisprev/RS

Cartazes foram espalhados pelas ruas do centro desde a manhã, em ação organizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Sindsepe/RS) e o Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica Estadual do Rio Grande do Sul (Sindicaixa RS).

Às 11h, houve ato simbólico em frente ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), escolhido por ser um hospital público, ameaçado pela PEC 32/2020. “Estamos aqui na frente do HPS, um hospital público, para refletir sobre o que representa a PEC 32. Ela quer destruir o serviço público e vem junto com um conjunto de maldades, como a reforma trabalhista, que já empregou milhares de pessoas; com a EC 95, que está retirando a cada ano milhões e milhões da saúde e da educação, diminuindo a cada ano a capacidade do Estado dar conta das necessidades da população brasileira”, alertou Cesar Beras, diretor da Regional RS do ANDES-SN, em sua fala.
Por volta das 13h, foi iniciada vigília em frente ao Palácio Piratini para alertar os deputados estaduais sobre os efeitos da aprovação da Proposta no estado e denunciar as políticas estaduais de privatização. Na ocasião, representantes do Sindsepe/RS e do Sindicaixa entregaram uma pauta unificada de reivindicações a membros do governo estadual.

“Não estamos aqui para defender privilégios, até porque 50% dos servidores públicos do Brasil recebem no máximo quatro salários mínimos. Por isso, é uma falácia quando a imprensa e o governo dizem que nós somos privilegiados. Estamos aqui em defesa da sociedade e do bem-estar social. Porque somente a estabilidade nos protege da corrupção e da perseguição política”, lembrou o presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público (Simpe-RS), Jodar Pedroso Prates, em reportagem do Sul 21.

“O governo Bolsonaro quer aprovar essa PEC que pretende acabar com os serviços públicos e os servidores. Quer terminar com a estabilidade do funcionalismo porque os servidores estão fazendo denúncias contra ele na CPI da covid”, acrescentou Tamyres Filgueira, coordenadora da Assufrgs.

Manifestações pelo Brasil

Servidores públicos das esferas federal, estadual e municipal, junto com trabalhadores do setor privado como metalúrgicos e bancários, participaram da mobilização nacional, articulada pelas centrais sindicais e entidades de base. A data foi definida durante o Encontro Nacional dos Servidores e Servidoras, no qual mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras estiveram virtualmente presentes.

A pauta de protestos inclui, ainda, a Medida Provisória 1045/21, que promove uma mini reforma trabalhista, o impeachment de Bolsonaro e a volta do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia.

Fora Bolsonaro

A próxima manifestação da agenda da Campanha Fora Bolsonaro acontece no feriado de 7 de setembro, Dia da Independência, quando, tradicionalmente, os movimentos sociais realizam atos pelo Grito Dos Excluídos.