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Em assembleia histórica, Unicamp aprova moção em defesa de educação, ciência e autonomia

Reunida na primeira assembleia extraordinária da história da Unicamp, a comunidade acadêmica da instituição aprovou nesta terça-feira (15) uma moção em defesa de ciência, educação e autonomia universitária. Pelo menos 8 mil pessoas lotaram o pátio do Ciclo Básico do campus de Campinas (SP), unidos contra os cortes de verbas promovidos pelo governo federal nas universidades e nas agências de incentivo e fomento à pesquisa.

O documento foi elaborado em consenso por representantes da Reitoria, da Adunicamp (seção sindical do ANDES-SN), do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da Associação de Pós-Graduandos (APG), e aprovado por unanimidade ao coro de “ninguém solta a mão de ninguém”.

A mensagem, dirigida à sociedade brasileira, declara que os recursos que as universidades públicas necessitam para realizar suas atividades-fim não podem jamais ser encarados como um custo para o Estado, e sim como um investimento para o futuro do país. Reafirma, também, compromisso com a defesa das liberdades de cátedra e de livre organização associativa e estudantil, ressaltando a necessidade de reação para evitar que “os frutos de tantos anos de investimento de toda a sociedade sejam colocados em risco por uma política que ignora tanto o passado, quanto o presente, e ainda ameaça o futuro”. Leia aqui a íntegra da moção.

Apoio da comunidade

O ato contou com a participação dos três segmentos da comunidade universitária: docentes, estudantes e funcionários. Também estiveram presentes organizações da sociedade civil, em apoio à comunidade da Unicamp.

A convocação – primeira em 53 anos de história da instituição – foi aprovada após reunião realizada pelo Conselho Universitário (Consu) em 24 de setembro. A última mobilização destas proporções – realizada sem chamada oficial – ocorreu em 1981, contra a intervenção do governador Paulo Maluf no campus, ainda durante o Regime Militar.

“Como se sabe, a missão primordial de universidades como a Unicamp, mantidas com recursos provenientes de impostos, consiste em formar pessoas altamente qualificadas, desenvolver pesquisas de impacto e colocar o conhecimento que produzem à disposição da sociedade por meio de atividades de extensão e assistência”, esclarece a moção, frisando que se espera das universidades públicas que acompanhem as transformações acadêmicas, científicas, tecnológicas, sociais e culturais do mundo contemporâneo, buscando formas de promover a diversidade e a inclusão social em suas comunidades, de ampliar a transparência de seus processos e de atender aos objetivos de desenvolvimento sustentável. “Nada disso é possível sem que se observe o princípio da autonomia, garantido às universidades públicas pelo artigo 207 da Constituição Federal de 1988. Atentar contra a autonomia significa impedi-las de fazer suas próprias escolhas, fundamentais para a criação e manutenção de um ambiente estimulante, desafiador, criativo, dinâmico e, sobretudo, de respeito às pessoas e à diversidade de opiniões”.

Corte de bolsas

A assembleia foi realizada no contexto de uma drástica redução de recursos federais destinados ao financiamento de bolsas e demais auxílios à pesquisa, essenciais para milhares de estudantes brasileiros e para a sustentabilidade do sistema nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Apenas em 2019, o CNPq registrou déficit de R$ 330 milhões, enquanto na Capes esse valor chega a R$ 800 milhões, e a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) está paralisada pela falta de dinheiro. “Nenhum país em crise financeira corta recursos em educação e ciência. Ao contrário, são essas áreas que permitem a recuperação e o desenvolvimento econômico”, lamenta o reitor, professor Marcelo Knobel.

Segundo dados da universidade, só o contingenciamento na Capes já suprimiu 115 bolsas na Unicamp, enquanto  478 pesquisadores de mestrado e 635 de doutorado dependem do CNPq e cerca de 650 graduandos têm contratos de iniciação científica.

A instituição, que forma aproximadamente 800 doutores por ano e em 2017 alcançou o primeiro lugar no número de patentes depositadas em todo o país, conta com aproximadamente 35 mil estudantes matriculados.