Docentes de universidades do Paraná aderem à greve dos servidores

03 de julho de 2019

 

Os professores e servidores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Paraná, decidiram realizar greve conjunta nesta terça-feira (2). Docentes das universidades estaduais de Ponta Grossa (Uepg), de Maringá (Uem) da Estadual do Paraná (Unespar) – campus de Apucarana – e Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) já estavam paralisados, e na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) foi aprovado indicativo de greve para 22 de julho, quando os professores retornam das férias.

O movimento reivindica autonomia universitária, arquivamento da Minuta da Lei Geral das Universidades Estaduais do Estado do Paraná (LGU) e do PLC 04/2019 (Lei de Eficiência da Gestão do Estado) e reposição salarial, além da realização de novos concursos públicos e a nomeação dos candidatos já aprovados em certames anteriores. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), a defasagem acumulada nos contracheques ultrapassa 17%. 

Diversas áreas, além da educação, estão unidas em luta pelos direitos. “Essa é uma greve construída de forma unificada por diferentes categorias dos servidores públicos estaduais do Paraná, tanto do Executivo quanto do Judiciário. No caso do Executivo, por exemplo, são servidores da saúde, da agricultura e da educação. No caso do Judiciário, são agentes penitenciários, polícia militar e polícia civil”, explica Silvana Heidemann Rocha, 1ª vice-presidente da Regional Sul do ANDES-SN.

 

Mobilização nas ruas

Na segunda-feira (01), mais de 15 mil pessoas realizaram manifestação pelo centro de Curitiba. De acordo com o Fórum das Entidades Sindicais (FES), 80% da categoria estava com as atividades paralisadas na data.

O governo do Paraná ofereceu, nesta quarta (03), reajuste geral salarial de 5,09% aos servidores, parcelado em quatro anos. O comando de greve vai encaminhar a proposta aos sindicatos, e cada categoria vai debater em assembleia. Enquanto isso, a paralisação está mantida.

Estudos orçamentários do Fórum das Entidades Sindicais (FES), com base em relatórios oficiais divulgados pela Secretaria da Fazenda, apontam que o governador Ratinho Junior tem condições de atender as exigências dos servidores sem risco para a saúde financeira do estado. De acordo com o FES, os servidores estão deixando de receber o equivalente a dois meses de salário por ano.

O Fórum destaca ainda que o gasto com pessoal é o menor dos últimos 10 anos. Em março de 2019, a assessoria de imprensa do governo do Paraná divulgou que o estado lidera o ranking nacional de saúde financeira. Em 2018, a arrecadação com impostos foi de R$ 2,2 bilhões a mais do que o previsto pelo executivo local.