Docentes das federais aprovam reajuste emergencial linear de 9% a partir de 1º de maio

Em reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) realizada na quinta-feira (16), as seções sindicais do ANDES-SN decidiram aprovar o reajuste emergencial linear de 9% sobre a atual remuneração total a vigorar a partir de 1º de maio, apresentado pelo governo federal. Foi deliberado, ainda, continuar a pressão para que a negociação avance até chegar ao percentual dos dois dígitos e lutar pelo reconhecimento dos 27% reivindicados pelo Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais).

Também foi encaminhado cobrar do governo federal a instalação das mesas setoriais para garantir a discussão sobre o plano de carreira e a recomposição a partir das perdas salariais históricas, além da discussão das demais pautas não-remuneratórias, para que possam constar na Lei Orçamentária de 2024 e dos próximos anos.

Assista aqui relato de Magali Mendes de Menezes, presidenta do ANDES/UFRGS, a respeito da reunião do setor das Ifes.

Mobilização

A exclusão da parcela aposentada da categoria no reajuste do auxílio-alimentação causou bastante preocupação entre os docentes. Para tentar reverter esse quadro e contemplar todas e todos, o ANDES-SN irá apresentar ao Fonasefe a proposta de reverter o montante de R$ 200 em percentual no salário. Caso a pauta de incorporação aos salários não seja atendida, a orientação aprovada na reunião do Setor das Ifes foi de aceitar o valor de R$ 658 a partir de 1º de maio, mas aprofundar a luta pela paridade entre ativos e aposentados.

“Fomos profundamente sufocados nos últimos quatro anos, e o respiro que tivemos com a derrota de Bolsonaro não significa descanso, mas sim novo folego para as lutas que virão. É nesse sentido que o reajuste emergencial linear para servidores e servidoras federais, caso se confirme, pode ser considerado uma vitória da organização, luta e construção de unidade entre as diferentes categorias do funcionalismo federal. Será necessário aumentar o patamar de mobilização para que possamos continuar pressionando o governo, por exemplo, na discussão do projeto de lei orçamentária de 2024”, avalia Mario Mariano, 1º vice-presidente da Regional Leste do ANDES-SN e da coordenação do Setor das Ifes.

Segundo o docente, mesmo que a maioria das assembleias de base tenha aprovado os 9% apresentados pelo governo, não deixaram de criticar a insuficiência desse índice. “Temos pela frente, por exemplo, a Jornada de Assuntos de Aposentadoria, que deverá nos ajudar a articular as lutas contra a postura do governo de deixar para trás os aposentados com a manutenção da proposta de reajuste no auxílio-alimentação que incidirá somente nos servidores da ativa”, pontuou.

Em reunião nesta segunda-feira (20), representantes de entidades do Fonasefe deverão definir a resposta que será dada ao governo em relação à proposta de reajuste.