Milhares de servidores públicos estaduais do Rio Grande do Sul participaram, na manhã de terça-feira (10), de ato unificado pedindo a retirada do pacote que propõe a retirada de diversos direitos na carreira dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público, encaminhado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) à Assembleia Legislativa em novembro. O ANDES/UFRGS, que convidou os docentes para participar da mobilização e esteve presente em apoio à luta dos manifestantes.
O ato, convocado pela Frente dos Servidores Públicos do RS, começou com assembleia unificada na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini. Depois, aos gritos de “Retira!”, uma multidão realizou caminhada pelo centro de Porto Alegre em direção à Secretaria Estadual da Fazenda. Entre os ataques do pacote, estão medidas como fim do plano de carreira, extinção de reajustes por tempo indeterminado e aumento de contribuição e do tempo para aposentadoria.
Segundo estimativa do Cpers, cerca de 20 mil pessoas participaram da manifestação, que, além da entidade representativa das educadoras e dos educadores estaduais, contou com a participação dos sindicatos dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Sindsepe/RS), dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do Estado (Sintergs), dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Rio Grande do Sul (Sindisaúde), dos Servidores da Justiça do RS (Sindjus/RS) e dos Servidores da Procuradoria Geral do Estado do RS, entre outras entidades. Depois, manifestantes ainda lotaram as galerias da Assembleia Legislativa com faixas, cartazes e bandeiras na sessão plenária.
Nova manifestação está agendada para a próxima terça-feira (17), dia em que está prevista a votação do pacote pelos parlamentares.
Greve dos servidores estaduais se amplia
Como ocorreu em manifestações anteriores, o governador Eduardo Leite não estava em Porto Alegre no dia da atividade. Ele viajou a Brasília para reuniões com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Além de educadores e educadoras estaduais, que realizam desde o dia 18 de novembro uma das maiores greves da história da categoria, aderiram à paralisação desde o dia 26 de novembro os servidores(as) representados por Sindsepe, Afagro, Assagra, Agefa, Sindicaixa, Seasop, Apog e Sintergs. Os policiais civis também aprovaram paralisação em protesto ao pacote de reforma administrativa. Em assembleia realizada nos arredores do Palácio da Polícia, a categoria decidiu entrar em greve a partir do dia 16 e manter a paralisação enquanto as alterações das carreiras e da previdência dos servidores estiverem sendo votadas na Assembleia Legislativa.
Foi deliberado também que, em caso de adiamento da votação e retomada posterior em janeiro, a greve será suspensa e retomada para acompanhar a movimentação do parlamento gaúcho.
Atos das escolas de Porto Alegre nesta quinta-feira (12)
Nesta quinta-feira (12), às 18 horas, na Esquina Democrática, acontece Ato das Escolas de Porto Alegre na luta pela Educação Pública.
Em apoio ao movimento, o DCE da UFRGS convoca a comunidade da UFRGS: “O sucateamento das escolas, a perseguição ideológica aos educadores e educadoras, a aplicação da Reforma do Ensino Médio e a possível tramitação do projeto Escola Sem Partido na Câmara dos Vereadores na próxima semana colocam a educação como o setor mais atacado pelos governos Bolsonaro, Leite e Marchezan”, denuncia o Diretório, lembrando que os docentes e o funcionalismo público estaduais têm dado o exemplo para todo o Brasil na luta contra o neoliberalismo e o desmonte dos serviços públicos.
“Somente a mobilização, a organização dos estudantes e trabalhadores e a força das ruas será capaz de impor uma derrota contundente aos governos autoritários, antidemocráticos e anti-povo”.
No mesmo dia, a Frente Única de Trabalhadoras e Trabalhadores de Santa Maria (FUTT) promove atividade a partir das 16h na rua General Neto (esquina com José Bonifácio), local adotado por diversas categorias de servidores estaduais em greve para fazer panfletagens e dialogar com a população. A definição foi tomada em reuniões da FUTT na semana passada, na sede da Sedufsm (Seção Sindical do ANDES-SN na UFSM), com a proposição de materiais de divulgação como cartazes e panfletos.
O ANDES/UFRGS convida as e os docentes a participarem das manifestações nesta quinta-feira (12) e na terça-feira (17).