“Ditadura: reparação, memória e justiça” foi tema de Seminário e reunião de GTs do ANDES-SN

Marcando os 59 anos do golpe de estado de 1964, foi realizada, nos dias 31 de março e 01 de abril, a primeira Reunião conjunta do Pleno do GTHMD (Grupo de Trabalho da História do Movimento Docente) do CEDOC (Centro de Documentação do ANDES-SN) e da Comissão da Verdade de 2023. A atividade aconteceu em São Paulo, no auditório da Adunicamp, juntamente com o Seminário Nacional sobre a História do Movimento Docente com o tema “Ditadura: reparação, memória e justiça”.

No seminário, falaram a professora Ana Maria Estevão (professora da Unesp/Unifesp e ex-presa política), autora do livro “Torre das guerreiras e outras memórias”, e Sebastião Neto (Coordenador do IIEP Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas e do GT dos trabalhadores na Comissão Nacional da Verdade), um dos responsáveis pela investigação sobre a responsabilidade das empresas na repressão ocorrida na ditadura empresarial-militar, como o conhecido caso da Volkswagen, ferrenha colabora do regime ditatorial.

“O que leva o ANDES-SN e suas seções a dedicarem esforços para recuperar a memória do que aconteceu, demandar justiça para os que foram vítimas de crimes cometidos quando estavam sob a tutela do Estado e reparação para esses crimes é a importância de educar a sociedade para o respeito à divergência de opinião e ao debate de ideias sem o recurso à violência”, destaca a professora Cristina Amélia Pereira de Carvalho, vice-presidente do ANDES/UFRGS, que representou a seção sindical no evento.

Na ocasião, também foi apresentada a Cartilha de boas práticas arquivísticas do ANDES-SN, com propósito de formular uma metodologia e uma orientação para que as seções sindicais possam recuperar e organizar a documentação e os depoimentos sobre os 40 anos de história do Sindicato Nacional.

Para jamais esquecer

Em 2022, acatando uma reivindicação do coletivo Memória e Luta, o Conselho Universitário da UFRGS (Consun) revogou  os títulos honoris causa dos ex-presidentes Arthur da Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici, executores da ditadura no Brasil.

A iniciativa, que recebeu apoio de mais de 10 mil pessoas através de abaixo-assinado, também foi recomendação do Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, publicado em 2014, e indicação  do Ministério Público Federal (MPF) em sua Recomendação PRDC/PR/RS Nº 1/2022.

“Negamos e exercício da violência institucional como resolução de conflitos, por isso lutamos e fomos vitoriosos ao pleitear a revogação dos títulos concedidos a Médici e Costa e Silva naqueles anos tenebrosos. Gente que acobertou e até mesmo ordenou mortes, tortura e desaparecimentos não pode ser homenageada nem idolatrada. Somos professores das novas gerações que devem saber o que eles fizeram para não deixarem que volte a acontecer”, relata Cristina.

UFRJ e Unicamp já haviam tomado medidas do tipo, retirando as condecorações de Jarbas Passarinho e Médici, respectivamente.