Na última quarta-feira (24), trabalhadores e trabalhadoras das diversas categorias estaduais, municipais e federal defenderam a vida, os serviços públicos, os empregos e a dignidade da população. O Dia Nacional de Luta e Mobilizações do funcionalismo público foi realizado em todo o país, em atividades virtuais e atos simbólicos em defesa da vida, da vacina, dos serviços públicos, do emprego, pela liberação imediata do auxílio emergencial que atenda às necessidades da classe trabalhadora e por um lockdown nacional para conter a propagação da Covid-19 .
Diante da situação calamitosa da pandemia, que já matou mais de 300 mil pessoas e colapsou hospitais em todo o Brasil, centrais sindicais, movimentos sociais e sindicatos se uniram também para exigir políticas de apoio a pequenas e médias empresas e cestas básicas para garantir a subsistência das famílias que dependem da escola pública.
Colapso em Porto Alegre
Em Porto Alegre, onde a ocupação em UTIs está acima de 100% há mais de 20 dias e mesmo assim foi retomada a cogestão entre Estado e Prefeitura, a mobilização contou com buzinaço em frente à 1ª Coordenadoria Regional de Educação e à Secretaria da Educação e ato unificado em frente ao Palácio Piratini.
Educadores(as), estudantes e trabalhadores(as) da saúde e de diversos setores do funcionalismo reforçavam o coro por medidas urgentes contra a pandemia no Rio Grande do Sul, que se tornou o epicentro da Covid-19 no Brasil, com a maior média móvel de mortes por milhão de habitantes do país. Também foi promovido um “faixaço” em pontos de grande visibilidade da cidade, alertando para as pautas do movimento.
“Foi um dia importante para fortalecer o movimento de resistência e enfretamento às políticas genocidas do governo federal, que desde o início da pandemia vem negando a importância e a gravidade do novo coronavírus. Hoje estamos vivendo as consequências, que incluem o colapso do SUS, gente morrendo em fila de UTI, falta de medicamentos e aumento do desemprego”, lamenta Tamyres Filgueira, Coordenadora Geral da Assufrgs.
“O momento que estamos vivendo talvez seja um dos piores da história recente do Brasil, que enfrenta uma confluência de crises – não só a pandemia, como política, econômica e ambiental –, e muito do discurso do governo Bolsonaro é de ataque aos serviços público e servidores, o que inclusive foi uma das chantagens para aprovar o Auxílio Emergencial no Congresso. Mas a gente sabe que dinheiro tem, e que taxar as grandes fortunas seria uma saída. O governo liberou R$1 trilhão para ajudar os bancos no início da pandemia, mas não faz o mesmo para salvar a população que não tem direito ao isolamento, está perdendo o emprego e passando fome. É uma política para matar o pobre trabalhador e, principalmente, quem vive na periferia, nas vilas, nos quilombos.”
“O governador precisa se mexer. Não é possível que continue confiando no calendário de imunização ao governo Bolsonaro. Ele também tem autorização para comprar vacinas e conter essa tragédia que se abate sobre os gaúchos”, acrescenta a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer.
Em outras cidades brasileiras, avenidas e rodovias amanheceram bloqueadas como protesto às políticas genocidas de Bolsonaro, e um panelaço à noite resumiu a indignação da população. A programação também incluiu uma Vigília nacional em defesa dos serviços públicos, promovida pelo ANDES-SN.