O DCE-UFRGS realizou, nesta segunda-feira (7), ato em frente à Reitoria contra o desligamento de pelo menos 190 cotistas que estavam matriculados provisoriamente desde o início do ano letivo de 2021 e dependiam de análise de matrícula. O Diretório Central, juntamente com Diretórios Acadêmicos e Centros Acadêmicos, solicitam novo prazo para que os discentes regularizem a situação.
A carta de reivindicações foi entregue ao chefe de Gabinete interventor, Paulo Mayorga, que garantiu a GZH que não existe a possibilidade de estender os prazos. “Os alunos podem judicializar o processo, mas o entendimento da universidade é de que o sistema já foi preparado para não haver erros”, aponta Mayorga. “É uma decisão política da Universidade de não abrir exceções no período onde mais pede compreensão”, comenta o aluno Alexandre Lopes, do DCE.
O DCE orienta que estudantes em registro provisório entrem em contato com o Grupo de Trabalho que acompanha as matrículas provisórias, pelo WhatsApp 51 9692-9901. O ANDES/UFRGS apoia o pedido dos discentes, e reforça que a matrícula provisória é um instituto precário que perdura há muitos anos em nossa Universidade e precisa ser resolvido de pronto. Ainda, em um semestre em ERE, o desligamento de estudantes dessa maneira contradiz a Resolução 25/2020 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que regulamenta o ERE.
O ANDES/UFRGS esteve presente no ato e defende que a administração central ofereça alternativas ao desligamento sumário de estudantes que ainda não conseguiram reunir a documentação solicitada ou que têm problemas na documentação. Caso você saiba de alguém nesta situação, oriente-a a fazer contato com o GT Matrículas do DCE, no WhatsApp acima.
Arbitrariedade e desassistência
Os estudantes foram surpreendidos pelo desligamento em um e-mail enviado na quarta-feira (2). Por ser véspera de feriado, não havia plantão da universidade para esclarecer dúvidas. Além disso, quinta e sexta-feira foram ponto facultativo na UFRGS.
“Só liberaram a lista de desligamentos no e-mail das pessoas que foram desligadas, o que gerou toda uma comoção de estarem desligando 190 pessoas de uma vez. Antes, iam fazendo aos poucos, o que inclusive ajudava o DCE a atender, mas agora liberaram uma grande leva de uma só vez”, critica Victória Farias, que integra o GT do DCE, em reportagem do Sul 21.
A matrícula provisória é invalidada caso o candidato não cumpra as exigências do edital para a vaga pretendida, em um processo que acontece anualmente. O problema, alerta a representante do DCE, é que algumas pessoas que não receberam as notificações em tempo hábil para recurso, enquanto outras, que não conhecem bem a universidade e ingressaram já durante a pandemia, podem não ter compreendido os trâmites envolvidos.
O período de recurso nas esferas institucionais já foi encerrado, mas o DCE dará apoio jurídico para situações em que há possibilidade de reverter a decisão. “É importante lembrar que estamos em meio a uma pandemia, e a comunidade acadêmica também está mergulhada no drama social com milhares de mortes diárias por Covid-19, afetando a capacidade dos estudantes de providenciar documentações e acompanhar as demandas do processo de matrícula”, acrescenta publicação do DCE nas redes sociais.
O Diretório Central lamenta a expulsão de jovens favorecidos pelas políticas de ações afirmativas, “que popularizam o perfil da nossa universidade”. Repudia, ainda, “a gestão do interventor bolsonarista Carlos André Bulhões, que ignora completamente como a crise sanitária vem afetando nosso país e insiste na tentativa de impor uma suposta normalidade para os estudantes cotistas com problemas na matrícula”.