01 de julho de 2019
A falta de comunicação na implementação do sistema de ponto eletrônico, via login, à frequência dos trabalhadores esteve no foco das discussões. Sob a luz da Instrução Normativa nº2, proposta pelo governo Temer, ela recebeu diversas críticas dos servidores por engessar as relações de trabalho na universidade.
“A decisão de implementar a interligação é da reitoria, e não foi pedida pelo Ministério Público. Infelizmente, a administração não foi honesta com a categoria e o sindicato. Temos na UFRGS uma gestão de pessoas autoritária, que implementa medidas autoritárias do governo federal. É necessária uma negociação efetiva com os técnicos, com mais democracia interna.”, pontuou Rafael Berbigier, coordenador da Assufrgs.
A conselheira Ângela Fernandes da Silva, que compõe a atual gestão da Comissão Interna de Supervisão (CIS/UFRGS), também criticou a forma como a administração tem lidado com as relações de trabalho. “Vem de muito tempo a política de falta de diálogo da PROGESP: relatório de desempenho, impedimentos para flexibilização, login e agora a interligação. É ainda mais agravante nesta atual conjuntura, onde enfrentamos um governo que tem como plano o desmonte da universidade. Portanto não nos parece normal que a reitoria insista na implementação dos planos do governo federal, dentro da administração da UFRGS.”
Magali Menezes, vice-diretora da FACED, também se manifestou: “O conceito que dá base à democracia é o da ética. E um dos princípios da ética é a honestidade. Sem transparência, não existe democracia.”
Tirza Drumond Ferreira, do DCE, reiterou o pedido de mais democracia na UFRGS. “É engraçado ouvir a administração da UFRGS falar em defesa da democracia e internamente não termos paridade e perceber, como relatado aqui, que a administração ataca os trabalhadores que constroem a universidade. Os estudantes se solidarizam em defesa dos trabalhadores, contra o descaso e a forma com que estão sendo tratados.”
“Não é possível que a unidade em defesa da universidade não se reflita dentro das relações de trabalho na universidade. Um diálogo verdadeiro, com transparência, é essencial para que se construa uma universidade democrática”, acrescentou Elisabete Búrigo, presidente da Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS, manifestando solidariedade com os técnicos e reivindicando que a Reitoria mude sua prática em relação às progressões e promoções docentes.
Sobre as reivindicações dos servidores técnico-administrativos e representantes da Assufrgs, leia mais aqui.