Comunidade da UFRGS se une contra intervenção

A comunidade universitária da UFRGS realizou, nesta segunda-feira (22), o segundo protesto presencial contra a nomeação de Carlos André Bulhões como reitor da instituição. A manifestação, acompanhada de um tuitaço nas redes sociais, aconteceu no dia em que o professor, nomeado por Jair Bolsonaro em 16 de setembro, esteve na Reitoria para iniciar a transição de gestão.

Participaram da mobilização representantes das entidades de estudantes, docentes e técnico-administrativos, que, pela consulta popular realizada em julho, não escolheram Bulhões para o cargo. Tanto na consulta à comunidade, eleição quanto na lista tríplice elaborada pelo Consun, o professor ficou na terceira colocação.  Outro ato aconteceu em frente ao Ministério da Educação (MEC), em Brasília.

Em 17 de setembro, centenas de estudantes e trabalhadores da UFRGS realizaram um grande protesto no campus Centro contra a posse arbitrária do candidato menos votado. No mesmo dia, em Assembleia Geral convocada pelo ANDES/UFRGS – que também contou com a participação de representações da Assufrgs e da APG-UFRGS -, docentes deliberaram pela resistência à intervenção. A UFRGS é a 15ª universidade brasileira com alguma etapa do seu processo eleitoral desrespeitada ou desconsiderada.

Antes mesmo da posse, outra mobilização, que contou a participação de representantes de Ubes, Une e Sindisaúde-RS, já marcava a postura em defesa da democracia e da autonomia universitária.

 Eleição na UFRGS

Rui Oppermann e Jane Tutikian, que respondiam pela gestão da UFRGS no mandato anterior, ficaram em primeiro lugar na consulta à comunidade da Universidade para formação de lista tríplice, de acordo com o cálculo estipulado pelo Conselho Universitário para o pleito à Reitoria na Gestão 2020/2024.

A fórmula adotada para ponderação dos votos considera os pesos 70-15-15, respectivamente, para docentes, técnicos administrativos em educação e discentes, além de um fator redutor dos pesos dos votos dos segmentos que têm menor participação na votação – historicamente os estudantes, por vários motivos, como o próprio peso reduzido do seu voto. Saiba mais.

A Chapa 2 foi eleita com 4.683 votos. A Chapa 3, das professoras Karla Maria Müller e Claudia Wasserman, recebeu 8.947 votos. A chapa 1, formada pelos professores Carlos André Bulhões e Patricia Pranke, obteve 1.860 votos. Entenda.