Completando 40 anos, ANDES-SN inicia comemorações de aniversário com atividade virtual nesta sexta-feira (19)

 

O ANDES Sindicato Nacional comemora 40 anos de luta em 2021. Para marcar as quatro décadas em defesa do ensino público gratuito e de qualidade, diversas atividades estão sendo organizadas ao longo do ano, com início nesta sexta-feira (19), dia da fundação da entidade.

A programação de aniversário começa às 18h, no canal do ANDES-SN no Youtube, com apresentação virtual da cantora Nina Rosa e participação de movimentos estudantis, sociais e do Teatro Popular de Ilhéus.

Além disso, estão sendo recebidos, até 12 de abril, artigos para a edição 68 da Revista Universidade e Sociedade, que terá com o tema “40 anos do ANDES-SN: luta e resistência”. A publicação, semestral, tem como intuito fomentar pesquisas e debates relacionados à pesquisa acadêmica e oriundos das experiências sindicais e sociais sobre temas de relevância para as lutas empreendidas pelas/os docentes em busca de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, em âmbito nacional.

Esta edição comemorativa contará, ainda, com um Painel de Depoimentos “Minha história com o ANDES-SN” e reportagem fotográfica “As mulheres, suas lutas e conquistas, na história dos 40 anos do ANDES-SN”. Os textos deverão obedecer à normatização definida pela comissão editorial e enviados para o e-mail andessp@andes.org.br.

Trajetória de lutas

Representado em todo o território nacional por suas 121 seções sindicais, o ANDES-SN conta com aproximadamente 70 mil sindicalizados, entre instituições de ensino superior e institutos de educação básica, técnica e tecnológica.

Foi fundado em 19 de fevereiro de 1981, como Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (a ANDES). Sete anos depois, em 26 de novembro de 1988, após a promulgação da atual Constituição Federal, passou a ser Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (o ANDES-SN).

Com sede em Brasília (DF), o Sindicato Nacional tem como um de seus princípios fundamentais a organização desde e seções nos locais de trabalho, a entidade, filiada à Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas), construiu suas propostas para a universidade brasileira a partir dos problemas históricos vivenciados pela maioria de trabalhadores e trabalhadoras, enfrentados por inúmeros movimentos sociais que reivindicam emprego, transporte, moradia, terra, educação e saúde. Mesmo sob a pressão do regime empresarial-militar (1964-1985), o Sindicato Nacional preocupou-se em não apartar o trabalho acadêmico da realidade social, vinculando, na prática, a luta dos e das docentes às de outros trabalhadores.

Essa postura introduziu no cotidiano docente um pensar articulado da realidade social, que, pela sua importância, instituiu espaços destinados à discussão de questões como terra, classe, etnia e gênero, para além das ligadas à educação, à ciência e tecnologia, ao sindicalismo e à própria organização dos professores. Atualmente, existem 11 grupos de trabalho que subsidiam a diretoria na discussão desses temas.

A trajetória de lutas inclui autonomia em relação a partidos políticos e rompimento com a estrutura sindical autoritária, implantada no Brasil na década de 30, através da organização de base nos locais de trabalho. Diretorias regionais e seções sindicais dispõem de autonomia financeira, política, patrimonial e administrativa, além de regimento geral e diretoria próprios.

Todas as decisões são deliberadas pela base, que elege democraticamente todos os dirigentes. O Sindicato é mantido pela contribuição voluntária de seus sindicalizados, sem taxa sindical compulsória.

Realizações

O ANDES-SN atua na defesa permanente da universidade pública e contra a precarização do trabalho docente. Teve participação ativa nas lutas pela redemocratização do país no início da década de 1980 (Diretas Já!), anistia aos presos e exilados políticos e na Constituinte 1986/88.

Participou, com outras entidades, da criação do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, que desenvolveu proposições para a Constituinte de 1986-88, apresentou propostas para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e, posteriormente, no final da década de 1990, elaborou o Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira (PNE), que reivindicava aumento do orçamento da educação pública. Ainda na década de 1990, teve papel de destaque na luta contra as privatizações neoliberais, tanto na educação quanto em outras áreas. Coerente com suas posições, rompeu com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) em 2005, após o processo de aprovação da Reforma da Previdência, que retirava mais direitos dos trabalhadores. Essa posição se consolidou com a filiação à CSP-Conlutas, deliberada pelo 26º Congresso do ANDES-SN, realizado em 2007 e referendado em 2011.

A entidade segue ativa contra o sucateamento do ensino público, que em 2020 ganhou ainda mais destaque em função da pandemia do novo coronavírus. Neste momento, em meio a diversas mobilizações em defesa da Educação e da Saúde, o ANDES-SN também luta pela vacinação em massa como estratégia de combate à doença e condição para o retorno das atividades presenciais nas IFEs.

ANDES/UFRGS já têm 42 anos

A Associação de Docentes da UFRGS foi criada em 17 de junho de 1978, por um grupo de 22 docentes. Participou ativamente da construção do ANDES-SN. No início de 1992, quando a Associação já contava com mais de 1500 associados, os docentes decidiram por unanimidade, em Assembleia Geral Extraordinária, constituir a ADUFRGS como Seção Sindical do ANDES-Sindicato Nacional. O artigo 1º do Estatuto foi modificado, constituindo a Associação como instância do Sindicato Nacional, com autonomia política, administrativa, patrimonial e financeira, nos limites do Estatuto do ANDES-SN.

Após a cisão que resultou na criação de um sindicato municipal, em 2008, a Seção Sindical do ANDES-SN foi reorganizada. Assim, em 2018, comemoramos 40 anos de ANDES na UFRGS. Leia aqui sobre a comemoração dos 40 anos. Assista aqui o vídeo comemorativo.