Em reunião realizada na última segunda-feira (27) na sede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), as Centrais Sindicais brasileiras definiram as ações iniciais de 2020 contra os ataques do governo a trabalhadores e trabalhadoras. A quarta-feira, 18 de março, será Dia Nacional de Lutas, com paralisações, manifestações, protestos e greves.
A data está no marco da defesa dos serviços públicos contra a reforma Administrativa, a reforma Sindical, a carteira verde e amarela e a MP-905, de 11 de novembro de 2019, que trouxe diversas alterações na CLT e configura uma nova reforma trabalhista.
As manifestações começaram nesta segunda-feira (03) em São Paulo, aproveitando a presença de Jair Bolsonaro para um almoço com empresários da indústria nacional. Membros das centrais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CSP-Conlutas, CGTB e Intersindical, além de representantes de movimentos sociais e estudantis, protestaram contra a política econômica do governo e em defesa da Educação.
Durante o ato, que também reivindicou a garantia dos direitos de trabalhadores e trabalhadoras, foi apresentado o documento “Ações para uma indústria capaz de alicerçar o desenvolvimento brasileiro”, elaborado pelas centrais sindicais, destacando a importância e o papel fundamental da indústria na retomada do crescimento do país, com atenção para a criação de empregos de qualidade.
Para fevereiro, está previsto ainda uma mobilização em frente às agências do INSS contra a militarização do setor e em defesa das aposentadorias. Também devem ser realizados atos para marcar as datas históricas de luta, como o 08 de março (dia Internacional de luta das Mulheres) e o 1º de Maio (Dia do Trabalhador e da Trabalhadora).
Petroleiros em greve
Petroleiros iniciaram neste sábado (1) greve por tempo indeterminado contra demissões e ataques aos direitos dos trabalhadores. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a mobilização atinge 15 unidades da Petrobras e subsidiárias, como a Transpetro, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e a Refinaria do Nordeste (RNEST), em dez unidades da federação, apesar de forte repressão. A Federação Nacional dos Petroleiros também participa da greve nacional da categoria. Desde sábado (1/2), petroleiros das bases da FNP realizam atrasos, cortes de turno e mobilizações.
Na manhã desta segunda-feira (3), foram realizados atos de solidariedade aos petroleiros em todo país. O ANDES/UFRGS esteve presente no ato em frente à Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas, junto com vários outros sindicatos e movimentos sociais.
Servidores Federais
O Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), em reunião realizada no início de janeiro, indicou uma agenda de mobilização para os próximos meses. Antecedendo o dia de lutas previsto para 18 de março, o Fórum apontou a realização, no dia 10 de fevereiro, de uma Reunião Ampliada entre as diversas categorias de servidores. No dia 12, será promovido um ato de Centrais e entidades sindicais na Câmara dos Deputados, seguido do lançamento da Campanha Salarial 2020. Em razão da série de ataques do governo às instituições federais de ensino e aos docentes, o ANDES-SN deliberou por estado de greve a partir do início do semestre e, durante o Congresso do Sindicato Nacional, que inicia nesta terça-feira (4), irá definir a agenda de lutas dos docentes.