Prezadas Conselheiras e prezados Conselheiros,
No dia 28 de fevereiro aconteceu a mais recente rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente com representantes dos servidores públicos federais e do governo, na qual foi ratificado 0% de reajuste para 2024 e outros 7,5% em 2025 e 2026. A falta de uma nova proposta do Ministério de Gestão e Inovação (MGI) coaduna-se com quase um ano de atraso para a instalação da Mesa Setorial da Educação, que negocia as pautas não-orçamentárias. No mesmo dia 28, a plenária do 42º Congresso do ANDES Sindicato Nacional, estimulada pela falta de diálogo do MGI, deliberou pela construção de uma greve nacional da educação tendo como horizonte uma greve do conjunto dos servidores públicos federais.
Milan Kundera, n’A Insustentável Leveza do Ser, diz que a necessidade não conhece fórmula mágica – elas são todas relegadas ao acaso, tal qual os pássaros que voam ao mesmo tempo para os ombros de São Francisco. Talvez seja caso do acaso que o Sindicato Municipal de Docentes das Instituições Federais de Ensino Superior de Porto Alegre, nome fantasia Adufrgs-Sindical, lançou ainda naquele dia 28 uma notícia em suas redes, na qual se declara “o ÚNICO sindicato que representa os professores do ensino público federal em Porto Alegre” e, em outra coincidência, às vésperas da UFRGS deflagrar seu processo de consulta à comunidade, a qual, conforme a Resolução deste Consun suspensa pelo interventor, será conduzida pelas entidades.
A notícia vem ilustrada pela bandeira desse sindicato municipal como se fosse um pin de marcar posição, colocada sobre a Usina do Gasômetro que se sobrepõe ao contorno do mapa de Porto Alegre. Usina essa que já viu dias de energia e agitação, tal qual a Adufrgs quando era seção do ANDES-SN, mas que hoje são, infelizmente, memória distante trocada por bailes, jantares e cocktails. Além de uma semiótica de gosto duvidoso, a notícia divulgada ao acaso, professa inverdades, as quais não repetiremos aqui. Informamos que o processo judicial mencionado na notícia que os senhores conselheiros receberam em tom de ameaça ainda está em andamento e que a assessoria jurídica do ANDES está atenta ao caso.
O ANDES/UFRGS, assim como nosso vizinho Sindoif, Seção Sindical do ANDES em alguns campi do IFRS, continua e continuará mobilizando as e os docentes da UFRGS na luta pela garantia da paridade, pelo avanço da democracia em nossa Universidade, pela melhoria das condições de trabalho, pela recomposição do orçamento das universidades e da ciência e tecnologia, tão necessário para que a UFRGS possa continuar sendo uma universidade de excelência. Neste dia internacional da mulher, nos inspiramos em suas campanhas para reiterar: estamos há 43 anos na luta pela Universidade Pública. Ilações legalistas nada podem contra a política sindical legítima, construída pela base.
Saudações de luta,
Diretoria do ANDES/UFRGS
Porto Alegre, 8 de março de 2024.