A demora da reitoria interventora para informar o cancelamento tardio do expediente da UFRGS nesta quarta-feira (17), em função das fortes chuvas no estado, gerou revolta na comunidade acadêmica, que novamente sofre com a desorganização e falta de um plano de contingência. O anúncio da Reitoria só foi feito às 10h, quando muitas pessoas inclusive já estavam nos campi, sem saber o que aconteceria. A previsão de que uma tempestade de grandes proporções com potencial de estrago chegaria à região metropolitana de Porto Alegre já era divulgada pelos institutos de meteorologia na segunda-feira última.
Dentre docentes, a percepção é de ausência de planejamento e descaso. Com a falta de uma orientação da administração central, as direções de unidade tomaram atitudes distintas: enquanto algumas se precaveram informando a suspensão ainda na noite de terça, outras o fizeram nesta manhã e outras, aguardando uma posição da reitoria, apenas cancelaram as atividades presenciais quando professores e alunos já estavam em sala de aula.
“…eu moro em São Leopoldo e estou a 2h no trânsito e só estou na metade do caminho, foi a mesma coisa no outro temporal, vocês devem comunicar isso 6h e não esperar todos os alunos saírem de casa em uma cidade que está destruída pelo temporal!!!”, protesta uma estudante, no Instagram.
“Eu e meus colegas ficamos impossibilitados de sair da UFRGS permanecendo até 00h30! Alunos na região metropolitana ou que moram longe não conseguiram voltar pra casa! A UFRGS precisa de um plano de segurança para esses alertas, esse tipo de coisa não pode ficar somente no julgamentos dos professores!”, relata outra.
Apesar da gravidade dos estragos, que atingem mais de 1,2 milhão de pessoas no Rio Grande do Sul, a Administração Central ainda não se manifestou em relação aos próximos dias nem informou o que está sendo feito para melhorar a estrutura das unidades. Conforme postagem do DCE, os RUs estarão fechados a partir das 13h30.
Deterioração e descaso
Há menos de quatro meses, o excesso de chuvas em Porto Alegre já havia escancarado a deterioração em diversos prédios da UFRGS, interditados por alagamentos, infiltrações e desabamentos de forros. “A casa do estudante CEFAV está sofrendo muito com telhas furadas e forro de pvc. Muitas goteiras nos quartos e não temos nenhuma medida de segurança quanto a isso”, denuncia comentário na postagem de hoje da Reitoria. “Suspendendo aulas pelo tempo enquanto isso moradores da casa do estudante CEFAV sem ter pra onde fugir com as TELHAS TODAS FURADAS há meses cheia de goteira os moradores com medo e nenhuma tentativa de conserto mais rápido pela universidade”, complementa outro.
As reclamações continuam: “Isso é só mais do mesmo, nos temporais de junho e setembro sequer foi suspenso expediente. Enquanto a UFRGS não tiver Reitor, vai ser essa bagunça”; “Obrigado por esperarem todos os alunos chegarem na faculdade para fazerem a postagem”; “e pra quem tinha aula às 7:30??????? 💀💀💀”.
A Seção Sindical do ANDES-SN na UFRGS se solidariza com discentes, técnicas(os) e docentes que enfrentam o cotidiano da Universidade com uma reitoria negligente e autoritária, nomeada à revelia da decisão democrática. Exigimos respeito não só às condições de trabalho, como à segurança para todas e todos dentro das instalações da Universidade.