Campanha pelo fim das intervenções lança dossiê  

Já está disponível no site do ANDES-SN a versão digital do documento “A invenção da balbúrdia: dossiê sobre as intervenções de Bolsonaro nas Instituições Federais de Ensino Superior”. De autoria de André Pereira, Junia Zaidan e Ana Carolina Galvão, docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o material traz um panorama da ingerência do presidente da República na escolha de reitoras e reitores das Ifes, uma afronta direta à autonomia das universidades federais, prevista na Constituição de 1988.

A  publicação do dossiê, que tem apoio do Sindicato Nacional, é uma deliberação da categoria tomada nos últimos Conads e integra uma campanha aprovada no 40º Congresso do Sindicato Nacional, realizado no final de março deste ano, em Porto Alegre (RS), pelo fim das intervenções e revogação da legislação que determina as listas tríplices nas escolhas para reitor.

“O lançamento de uma cartilha contra as intervenções é fundamental para todos termos clareza de que não existe intervenção aceitável, todas, sem exceções, ferem a autonomia universitária, colocando as nossas instituições a serviço de interesses privados. Além de ser um espaço para sistematizar os acúmulos das seções sindicais sob o tema, constitui um documento muito relevante para nos fortalecermos mutuamente no enfrentamento do autoritarismo e da violência que são marcas das intervenções”, avalia o professor Guilherme Dornelas Camara, da Comissão de Mobilização, que representou o ANDES/UFRGS no Encontro das Universidades, Institutos Federais e CEFETs em luta contra as intervenções, em maio.

“Desde 1988, as universidades federais resistiram a muitos ataques. As intervenções querem destruir em meses aquilo que conseguimos defender nesses 30 e poucos anos.”, argumentou Elisabete Búrigo, diretora do ANDES/UFRGS, no Encontro. Assista aqui a manifestação da professora.

Desde que assumiu o cargo em 2019, Jair Bolsonaro já interferiu na nomeação de gestores e gestoras de 23 universidades federais, seja empossando nomes que constavam em segundo ou terceiro lugar na lista tríplice encaminhada pelas universidades ao Ministério da Educação (MEC), seja indicando pessoas que sequer participaram dos processos de escolha junto à comunidade acadêmica.

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