A proposta de paralisação de 48 horas das instituições federais de ensino, construída em reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) do ANDES-SN, será deliberada em Assembleia Geral Docente da UFRGS nesta terça-feira (10), convocada para as 16 horas, na sala 605 da Faculdade de Educação (Faced). A Assembleia também vai tratar da mobilização em defesa da universidade e da carreira docente.
No encontro do Setor, ocorrido nos dias 24 e 25 de agosto em Brasília, representantes docentes das instituições federais de todo o país decidiram pela construção de paralisação nacional da educação contra os cortes orçamentários, o Future-se e as intervenções do governo na indicação de reitores. A proposta é que os dois dias sejam de ocupação das universidades, institutos federais e Cefets. Além disso, a Comissão Nacional de Mobilização convoca a organização de um dia nacional das universidades, institutos federais e Cefets na praça, em outubro, e a realização de um dia de universidade de portas abertas antes da paralisação. A próxima reunião acontecerá no dia 12 de setembro, e o professor Guilherme Camara, diretor do ANDES/UFRGS, representará a seção.
Mobilização para lutar contra crise orçamentária
A crise orçamentária das universidades federais brasileiras chegou ao ápice com o governo Bolsonaro. Em função dos sucessivos cortes de verbas, algumas já estão sem luz, sem segurança e sem itens essenciais para o funcionamento, como produtos de higiene e materiais de laboratório.
Na UFRGS, a situação financeira atingiu níveis críticos em setembro: o valor do orçamento de custeio liberado até a semana passada corresponde a apenas 65% do total para o ano. A Universidade (e, de modo geral, todos os órgãos da administração federal) não opera com reservas financeiras. Dessa forma, segundo o pró-reitor de Planejamento e Administração, professor Hélio Henkin, “não havendo o desbloqueio integral do orçamento de custeio da UFRGS, haverá consequências gravíssimas para o funcionamento da Universidade, pela inviabilização de realizar despesas básicas de funcionamento e manutenção operacional”. Para o mês de setembro, foi anunciada a liberação de apenas 7% dos recursos.
A Assufrgs, em assembleia realizada na última quarta-feira (04), aprovou a construção da greve de 48 horas em unidade com docentes e estudantes ou com a Fasubra. Na UFPel e no IF Sul Riograndense – Campus CAVG –, a deliberação acontecerá em assembleia nesta terça-feira (10). No dia seguinte, a discussão será feita na UFSM. Docentes da Furg e do IFRS – Campus Rio Grande, em assembleia ocorrida no dia 03 de setembro, optaram por não aderir ao movimento.