Enquanto parte da população de Campina de São Benedito, no Amapá, aproveitava o feriado de Carnaval, dois religiosos ligados à Pastoral da Terra sofreram ataques ao buscar informações sobre licenças de desmatamento. O caso ocorreu na terça-feira (25).

Os padres Dennis Koltz e Sisto Magro, que atuam na defesa de direitos humanos na região e no registro de conflitos agrários para a publicação anual da Comissão da Pastoral da Terra (CPT), fotografavam uma placa de licenciamento para desmatamento de uma fazenda para averiguar a legalidade e a validade da mesma. Subitamente, o padre Koltz foi violentamente atacado pelo suposto dono da fazenda, Mario Junior Rocha. Além de receber socos e pontapés, ele foi ameaçado de morte pelo fazendeiro, e o carro dos religiosos, que estava estacionado, foi danificado.

Ambos prestaram queixa na Delegacia de Polícia do Interior, e aguardam os resultados da perícia no carro e do exame de corpo de delito para dar seguimento ao processo legal.

Solidariedade

Entre as muitas manifestações de solidariedade aos religiosos, o ANDES-SN emitiu uma nota de repúdio à violência sofrida pelos padres. No texto, o Sindicato lembra que a CPT registra os casos de violação de direitos no campo, e em 2018, apontou o crescimento no número desses casos em todos os itens avaliados, tais como: assassinatos, ameaças de morte, desrespeito às leis trabalhistas, água, mineração; famílias expulsas e despejadas. “A Diretoria do ANDES-SN se solidariza com os missionários agredidos e repudia toda e qualquer forma de violência e ameaça cometidas contra lutadores e lutadoras”. Leia aqui a íntegra da nota.