Representantes do ANDES-SN participaram, na quarta-feira (18), de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as centrais sindicais. Na ocasião, Lula assinou despacho que determina aos Ministérios do Trabalho e Emprego, da Fazenda, do Planejamento e Orçamento, da Previdência Social, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e às Secretária-Geral e Casa Civil da Presidência da República que elaborem proposta com o objetivo de instituir a política de valorização do salário mínimo e seus instrumentos de gestão e monitoramento. O despacho assinado por Lula deverá ser entregue no prazo de 45 dias, prorrogável uma vez por igual período.
Grupos de Trabalho
Durante seu discurso, o presidente da República lamentou o desmonte de direitos promovido pelos governos Temer e Bolsonaro e ressaltou a importância das entidades sindicais e da classe trabalhadora se manter mobilizada para garantir avanços para as trabalhadoras e para os trabalhadores. “Vocês têm que fazer pressão em cima do governo, porque se vocês não fizerem pressão, a gente pensa que vocês estão gostando”, afirmou.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou a criação de grupos de trabalho com participação das centrais sindicais para tratar de políticas para a valorização do salário mínimo e para construir o processo de regulação e regulamentação das relações de trabalho que envolvem plataformas digitais e aplicativos, além de outro ligado ao financiamento sindical, valorização e fortalecimento das entidades representativas da classe trabalhadora.
Antecipou, ainda, uma agenda sob a liderança da ministra da Gestão, Esther Dweck, para discussão da Convenção 151 da OIT e outras questões relativas a servidores e servidoras.
Liberdade sindical
Todas as centrais sindicais tiveram momento de fala. Representando a CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, denunciou as demissões e perseguições contra a classe trabalhadora e dirigentes sindicais, e reafirmou a independência e autonomia da CSP-Conlutas. Mancha defendeu a revogação das reformas trabalhista e da previdência, o cancelamento das privatizações [citando a Petrobras e a Eletrobras], o fim do Teto de Gastos, o não pagamento da dívida pública e a valorização do salário mínimo. “Nós entendemos que somente a mobilização dos trabalhadores é capaz de promover as mudanças necessárias. E, por isso, precisamos de liberdade para lutar, para nos organizar, para constituir comissões de fábrica e para ter sindicatos autônomos”, concluiu Mancha.
Importância da mobilização
“Esses indicativos nos trazem não só sinalizações de esperança, mas um reclamo necessário, que só teremos essas reformas e com o avanço célere que reclamamos se nos organizarmos, mobilizarmos e construirmos uma luta forte nas ruas que é o nosso lugar”, afirmou Gustavo Seferian, 1º vice-presidente da Regional Leste do ANDES-SN, que esteve presente.
“A reunião foi muito importante, porque veio tratar de temas e da situação vivida pela classe trabalhadora. Um dos principais elementos das falas, principalmente dos dirigentes das centrais sindicais, foi sobre a condição de vida da classe trabalhadora, os salários baixos, a perseguição política, o revogaço da reforma Trabalhista e da Previdência. Também muito importante as falas que destacaram o lugar da mulher e da população negra no espaço de trabalho e a situação vivida pelos trabalhadores terceirizados e por aplicativos”, acrescentou Zuleide Queiroz, 2ª vice-presidente do Sindicato Nacional.
Foto: Marcelo Camargo / AgBr