ANDES-SN lança dossiê “Militarização do governo Bolsonaro e intervenção nas Instituições Federais de Ensino”

 

O ANDES-SN lançou, na quinta-feira (1), o dossiê “Militarização do governo Bolsonaro e intervenção nas Instituições Federais de Ensino”. O material traz um mapeamento da presença de militares na composição do governo federal, do início da gestão até fevereiro de 2021.

Conforme o documento, atualmente os militares controlam oito dos 22 ministérios, além de várias áreas estratégicas do serviço público federal e de estatais.

“A luta pela democratização e autonomia das instituições de ensino superior e contra o processo autoritário de militarização das políticas públicas e da vida deve estar no centro de nossa resistência e combate. A naturalização de uma vida cotidiana mediada por armas, disciplina punitiva, negação da ciência, perseguição, desvalorização do funcionalismo público e das políticas públicas, impulsionam, além da disseminação do ódio, a reconfiguração das relações sociais que se pautam nas liberdades democráticas”, diz a cartilha, que teve elaboração técnica das docentes Eblin Farage e Kátia Lima.

O dossiê faz também uma análise da militarização das escolas públicas e da intervenção do governo federal na escolha de dirigentes das Instituições Federais de Ensino. Aponta, ainda, as tarefas políticas no enfrentamento a esse cenário.

“Se é evidente que a luta entre o projeto público de educação e o privado marca a história brasileira e de luta do ANDES-SN, é necessário reconhecer que imaginávamos que o período autoritário e os tentáculos militares já não assombravam mais a história da frágil democracia construída a partir de 1985. Mas o que vemos hoje, diferente de 1964, não é uma ação de tomada repentina do poder, é uma sorrateira ação de domínio dos principais aparelhos públicos e postos de poder do país e, ao mesmo tempo, a imposição de ‘seguidores’ em locais ainda não permitidos aos militares, como as instituições públicas de ensino superior”.

De acordo com o Sindicato Nacional, apesar das limitações impostas pela pandemia, é urgente que se reaja de forma organizada e articulada, impulsionando a construção de uma frente única contra a extrema-direita, reforçando as entidades de classe e, entre os docentes do ensino superior, ampliando a sindicalização e fortalecendo as Seções Sindicais e, ao mesmo tempo, pela construção de uma frente única contra a extrema-direita.

Para o SN, é necessário que se construa um projeto societário com e para o conjunto da classe trabalhadora, “superando sectarismos, disputas fratricidas internas e, acima de tudo, partindo de uma ampla e estrutural análise das raízes do bolsonarismo no Brasil, considerando a dimensão ideológica, o fundamentalismo religioso, a perspectiva miliciana, a denominada ‘ideologia de gênero’ e o combate ao denominado ‘marxismo cultural’. Compreender o espraiamento desses elementos, considerando a rede de fake news construída, e dialogar com o conjunto dos trabalhadores e com a comunidade acadêmica para a defesa intransigente da educação pública, gratuita, laica, socialmente referenciada, antirracista, anticapacitista, antilgbtfobica e antimachista”.

Para acessar o dossiê na íntegra, clique aqui.