O ANDES-SN divulgou, na terça-feira (11), a Carta de São Paulo – síntese das deliberações do 39º Congresso do Sindicato Nacional, realizado na Universidade de São Paulo (USP) de 4 a 8 de fevereiro. Uma das deliberações do evento, aprovada com unanimidade dos presentes, foi construir uma Greve Docente ainda no primeiro semestre de 2020.
Quase 700 docentes participaram do 39º Congresso, que bateu recorde de público. “Os ataques à autonomia universitária, os cortes e contingenciamentos que tolhem as universidades de recursos impedindo seus afazeres cotidianos, a destruição de todo o sistema de pós-graduação, a desestruturação das agências públicas de fomento à pesquisa, o desmantelamento de todo o complexo de ciência e tecnologia, a conversão da educação em mercadoria, descaracterizando-a como direito social, a gestão ministerial da educação entregue a inimigos das práticas científicas, da liberdade de ensinar e aprender, da função social do saber acadêmico são elementos que caracterizam o mais brutal ataque já desfechado contra a educação pública e gratuita e o domínio técnico-científico”, alerta o documento, que frisa, também, a importância de intensificar o trabalho de base e unificar as lutas contra o governo Bolsonaro.
Com tema central “Por Liberdades Democráticas, Autonomia Universitária e em Defesa da Educação Pública e Gratuita”, o encontro definiu o cronograma de lutas para 2020, que já deve iniciar com greve nacional da educação no dia 18 de março. A data é um movimento importante para o fortalecimento da luta docente contra os ataques do governo à Universidade e aos docentes e para a construção da greve das instituições federais, estaduais e municipais de ensino, conjunta com demais servidores, rumo à greve geral.
O documento lembra que as lutas nos mais distintos lugares, como França, Tunísia, Argélia, Hong Kong, Índia, Estados Unidos e, especialmente, os inspiradores ventos vindos do Equador, Venezuela, Honduras, Bolívia e Chile “são exemplos de que a classe trabalhadora não está parada no mundo e certamente não ficará calada no Brasil”. Também destaca que o movimento de trabalhadore(a)s da educação e servidore(a)s público(a)s no ano passado contra as reformas das previdências estaduais como na Bahia, Ceará, Piauí, Pará, Mato Grosso e Rio Grande do Norte é exemplo de luta.
“Nossas lutas estão sendo travadas em múltiplas frentes e contra inimigos de grande vulto, dado o compasso acelerado com que direitos sociais têm sido atacados e destruídos. Por isso, as deliberações do tema II reafirmaram a centralidade da greve geral da educação no dia 18 de março e a realização de uma rodada de assembleias no início do mês de março em toda a base do ANDES-SN para discutir a construção de greve unificada da categoria e, se possível, de outras categorias”.
Acesse aqui a Carta na íntegra.
O ANDES/UFRGS convocará uma Assembleia Docente, na primeira quinzena de março, para deliberar sobre a adesão ao 18 de março e sobre a construção da greve nacional dos docentes das instituições federais de ensino.