ANDES-SN critica nomeação de reitor não eleito pela comunidade acadêmica da UFES

 

Em resposta a mais uma intervenção cometida pelo governo federal em processos de escolha de reitores, o ANDES–SN publicou nota de repúdio contra a nomeação do professor Paulo Sérgio Vargas ao cargo na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), visto que não foi o primeiro colocado na consulta aberta à comunidade acadêmica nem na lista tríplice.

A mais votada foi a professora Ethel Maciel, aprovada por 67,5% dos eleitores da comunidade acadêmica – professores, alunos e funcionários. Paulo Vargas, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e diretor do Centro de Artes, empatou na segunda colocação – 16 votos – com Rogério Faleiros, diretor do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), mas assumiu o segundo lugar da lista pelo critério de tempo de serviço na Universidade.

Integrantes do mesmo grupo, Ethel, Vargas e Faleiros optaram por lançar candidaturas separadas durante a votação no Conselho Universitário, como estratégia para evitar que candidatos mais alinhados com o projeto bolsonarista chegassem à lista tríplice. A professora, que ocupava o cargo de vice-reitora na gestão anterior, seria a primeira mulher a dirigir a instituição, caso Bolsonaro tivesse respeitado os ritos e aceitado a escolha da comunidade e do Conselho Universitário.

A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na segunda-feira passada (23).

“Dirigentes das Instituições de Ensino Superior Públicas devem ser escolhido(a)s por meio de eleições diretas, com voto paritário ou universal, e que o processo se encerre no âmbito de cada instituição”, diz o documento do Sindicato Nacional, defendendo que a autonomia das instituições de ensino seja respeitada durante os pleitos – em especial a posição da comunidade acadêmica.

“Mais uma vez, o governo de Jair Bolsonaro, via seu Ministro da Educação, desrespeita os postulados da autonomia universitária e ignora a consulta pública democrática”, lamenta a diretoria do ANDES-SN, que reafirma a defesa da Universidade pública, gratuita, autônoma, laica, de qualidade e socialmente referenciada. Para ler o documento na íntegra, acesse aqui.