Acordo entre governo e Congresso retira R$ 1,4 bi da Educação

 

O Congresso Nacional autorizou, na última semana, que o governo federal remaneje R$ 1,4 bilhão do orçamento do Ministério da Educação (MEC). Os recursos serão usados na realização de obras dos ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional.

Ao todo, os parlamentares votaram 29 projetos de lei do Congresso Nacional (PLNs) e aprovaram R$ 27,1 bilhões em créditos adicionais ao Orçamento da União, além de fazer ajustes em trechos da peça orçamentária deste ano e da atual Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Todos os textos seguem para sanção presidencial.

A mudança nas verbas da Educação, contida no PLN 30/2020, foi viabilizada após acordo entre os líderes partidários e o governo, para que os recursos sejam repostos. No entanto, não há garantia de que isso ocorra.

Caso essa combinação não seja cumprida, a educação básica perderá mais de R$ 1 bilhão, e o apoio ao desenvolvimento da Educação terá R$ 707 milhões a menos no orçamento. Produção, aquisição e distribuição de livros e materiais didáticos e pedagógicos ficarão sem R$ 298 milhões, e a educação profissional e tecnológica, sem mais de R$ 200 milhões. Outras perdas incluem cortes nos orçamentos de universidades e institutos federais.

O PLN 30/2020, de autoria do Executivo federal, abre crédito suplementar de quase R$ 6,1 bilhões destinados a oito ministérios.

Para onde vai a verba

A maior parte do dinheiro reforçará ações das pastas de Desenvolvimento Regional, Infraestrutura e Saúde. Relator da proposta, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) rejeitou todas as 214 emendas apresentadas por deputados e senadores.

Entre suplementações orçamentárias e cancelamentos, o Ministério do Desenvolvimento Regional passa a contar com R$ 2,3 bilhões a mais para tocar suas obras. A outra pasta mais beneficiada é o Ministério da Infraestrutura, com R$ 1,05 bilhão. O Ministério de Minas e Energia contará com R$ 286,7 milhões de incremento, e o da Saúde, com R$ 243,6 milhões. Não há informação de quais serão as obras priorizadas por estes ministérios para o uso da verba.